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Polícia prende 12 doleiros em ação em SP
Eles são acusados de fazer remessa ilegal de recursos para o exterior e ficarão detidos por ao menos cinco dias
Sobrinho de ex-banqueiro
Edemar, do Banco Santos,
também é preso depois
de a PF encontrar em
cofre US$ 400 mil
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal prendeu
ontem 12 doleiros em São Paulo sob a acusação de operarem
casas de câmbio que faziam remessas ilegais para o exterior.
Em conseqüência das investigações e de 22 operações de
busca e apreensão realizadas
ontem, a PF prendeu também
Ricardo Ferreira de Souza e Silva, sobrinho de Edemar Cid
Ferreira, ex-controlador do
Banco Santos. A Folha apurou
que ele foi preso porque a PF
encontrou US$ 400 mil (R$
900 mil) em cofres que ele alugara em duas agências do Itaú.
Foram localizadas também
informações sobre uma conta
que ele manteria na Suíça.
Edemar está preso desde o
dia 26 de maio, sob acusação de
ocultar o destino de obras de
arte que têm no exterior e de
tentar obstruir o processo judicial do qual é réu. Ontem, o STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
negou a sua liberação.
Entre os documentos
apreendidos com Souza e Silva,
a PF vai investigar a autenticidade de um bilhete escrito por
Edemar na cela do CDP 2
(Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos com instruções para que o sobrinho concluísse um negócio que o ex-banqueiro teria iniciado.
Arnaldo Malheiros Filho, advogado de Souza e Silva, disse
que a prisão é ilegal porque a
posse de dólares não é sinal de
periculosidade.
A polícia investiga a hipótese
de que o sobrinho possa ser
uma das fontes dos rendimentos de Edemar. Os doleiros seriam usados para Souza e Silva,
de acordo com essa hipótese,
para trazer recursos que o banqueiro manteria no exterior.
Inicialmente, o juiz Fausto
Martin de Sanctis, que determinou a prisão de Edemar, foi
contrário à aplicação da mesma pena para o sobrinho do
banqueiro, pedida pelo procurador Silvio Luís Martins de
Oliveira. Quando a PF localizou os US$ 400 mil, o juiz mudou de idéia. Decretou prisão
preventiva. Esse gênero de prisão não tem prazo limite.
Aos outros 12 doleiros, cujos
nomes foram mantidos em sigilo, foi aplicado um outro tipo
de prisão, a temporária -dura
cinco dias, prorrogável por
mais cinco.
A PF descobriu as relações
de Souza e Silva com doleiros
na Operação Violeta -batizada
porque uma das casas de câmbio funcionava numa rua com
esse nome. Nas escutas telefônicas, o sobrinho de Edemar
trata de negócios com o grupo.
Os doleiros são acusados de
lavagem de dinheiro, formação
de quadrilha, evasão de divisas
e de operar instituição financeira sem autorização.
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