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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Agitação do mercado alterna excessos de bom e mau humor
Depois de alguns meses de
calmaria, o mercado voltou a se
mostrar bastante nervoso nos
últimos dias. O preço do petróleo tem basicamente dado o
tom dessa agitação. Assim como na quinta-feira o otimismo
foi um pouco exagerado, ontem
o pessimismo foi também excessivo.
A avaliação é de Jankiel Santos, economista-chefe do Banco Espírito Santo, ao comentar
a queda de ontem de 2% na Bovespa, depois de ter subido quase 4% na quinta-feira. Para ele,
por conta desses exageros, é
possível alguma correção de rota na segunda-feira.
O problema, no entanto, é
que o preço do petróleo tem
deixado o mercado bastante
nervoso. Ontem, por exemplo,
a ameaça de Israel de invadir o
Irã e o relatório do Morgan Stanley prevendo que o preço do
barril atinja US$ 150 em julho
foram responsáveis pela maior
alta do preço num único dia.
O nervosismo começou, na
verdade, na véspera, após a declaração do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, prevendo aumento de juros neste ano. Os
investidores se desfizeram do
dólar e correram para outros
ativos, como o petróleo.
Na semana que vem, tudo leva a crer que o mercado deve
continuar nervoso. No Brasil,
serão divulgados índices importantes, como o PIB do primeiro trimestre, o IPCA de
maio e a ata do Copom, entre
outros.
Nos Estados Unidos, as
maiores atenções estarão voltadas para o índice de inflação,
que será divulgado na próxima
sexta-feira. Até lá, o mercado
deve continuar bastante agitado.
Para o economista José Márcio Camargo, da PUC do Rio,
enquanto a China estiver crescendo na faixa de 10% ao ano ou
mais, será difícil conter o preço
do petróleo e a inflação.
"O mundo cresce acima do
seu PIB potencial", diz Camargo. "A China e a Índia estão sugando tudo o que se produz no
mundo."
NO SEGURO
A Chubb Seguros registrou crescimento de 60% dos seguros para a área de entretenimento no mês passado. Em três
anos, esse tipo de serviço avançou 65%. Segundo a empresa,
o resultado se deve, principalmente, à contratação de seguros para a produção de comerciais. Jairson Zichinelli, diretor de riscos empresariais da Chubb, diz que o interesse
crescente é reflexo das produções cada vez mais caras feitas
no Brasil de longas-metragens, curtas, documentários, comerciais e eventos. "As filmagens e os eventos se tornaram
mais sofisticados. O dia-a-dia da produção tem um custo, e
as pessoas estão reconhecendo que precisam ficar mais protegidas", diz Zichinelli.
CONTRALUZ
Caito Maia, diretor da marca de óculos brasileira Chilli Beans, vai avançar na América do
Sul. Serão abertos 30 pontos-de-venda em países como Panamá, Colômbia, Venezuela, El
Salvador, Costa Rica e Nicarágua até o fim do
ano. No Brasil com 43 novos pontos, chegará a
243. Haverá também aberturas em Portugal
-onde passará de seis a dez pontos- e, nos
EUA, abrirá a segunda loja. Maia tem planos
para expandir na Europa.
MÚSICA BARATA
A ONG Eletrocooperativa vai
instalar uma máquina de vender CDs no metrô Consolação,
em São Paulo, a partir deste fim
de semana. Vendendo CDs a
R$ 5, a máquina informará ao
consumidor todos os custos
que levaram à produção dos
CDs: R$ 1,50 pertence ao artista, R$1,50 é custo de fabricação,
R$ 0,50 paga impostos, R$ 1 é
do vendedor e R$ 0,50 cobre
custos da instituição.
NO PAPEL
Parte dos boletos de cobrança do Banco do Brasil,
neste mês, será reduzida à
metade para diminuir o consumo de papel. A mudança
será feita, a princípio, em
30% dos boletos emitidos
mensalmente. O banco estima que, em um ano, economizará 84 mil quilos de papel, 8 milhões de litros de
água e vai preservar 3.000
árvores.
MÃOS À OBRA
Fiesp e Ciesp promovem
na quinta, no World Trade
Center, em São Paulo, o
Congresso da Indústria
2008. Na pauta, reforma tributária e a nova política industrial. Estarão presentes
Miguel Jorge, Nelson Jobim, Sérgio Rezende e Fernando Haddad, José Serra,
Luciano Coutinho
(BNDES), Henrique Meirelles (BC) e outros.
NA SACOLA
Joseph Greene, um dos
maiores especialistas em degradação de plástico, vem ao
país, a convite da Plastivida,
para falar de seu estudo, solicitado pelo governador da
Califórnia, Arnold Schwarzenegger. Com base no estudo, a Califórnia desistiu de
adotar como obrigatórias sacolas oxi-biodegradáveis.
ESTUDANTE
A rede de ensino Luiz Flávio Gomes, há cinco anos no
mercado de ensino à distância de pós-graduação e preparatórios para concursos
públicos, comprou o Curso
Prima, que há 15 anos atua
no ramo de cursos de preparação para o exame da OAB.
A compra foi acertada em R$
20 milhões.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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