São Paulo, sábado, 07 de junho de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Agitação do mercado alterna excessos de bom e mau humor

Depois de alguns meses de calmaria, o mercado voltou a se mostrar bastante nervoso nos últimos dias. O preço do petróleo tem basicamente dado o tom dessa agitação. Assim como na quinta-feira o otimismo foi um pouco exagerado, ontem o pessimismo foi também excessivo.
A avaliação é de Jankiel Santos, economista-chefe do Banco Espírito Santo, ao comentar a queda de ontem de 2% na Bovespa, depois de ter subido quase 4% na quinta-feira. Para ele, por conta desses exageros, é possível alguma correção de rota na segunda-feira.
O problema, no entanto, é que o preço do petróleo tem deixado o mercado bastante nervoso. Ontem, por exemplo, a ameaça de Israel de invadir o Irã e o relatório do Morgan Stanley prevendo que o preço do barril atinja US$ 150 em julho foram responsáveis pela maior alta do preço num único dia.
O nervosismo começou, na verdade, na véspera, após a declaração do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, prevendo aumento de juros neste ano. Os investidores se desfizeram do dólar e correram para outros ativos, como o petróleo.
Na semana que vem, tudo leva a crer que o mercado deve continuar nervoso. No Brasil, serão divulgados índices importantes, como o PIB do primeiro trimestre, o IPCA de maio e a ata do Copom, entre outros.
Nos Estados Unidos, as maiores atenções estarão voltadas para o índice de inflação, que será divulgado na próxima sexta-feira. Até lá, o mercado deve continuar bastante agitado.
Para o economista José Márcio Camargo, da PUC do Rio, enquanto a China estiver crescendo na faixa de 10% ao ano ou mais, será difícil conter o preço do petróleo e a inflação.
"O mundo cresce acima do seu PIB potencial", diz Camargo. "A China e a Índia estão sugando tudo o que se produz no mundo."

NO SEGURO
A Chubb Seguros registrou crescimento de 60% dos seguros para a área de entretenimento no mês passado. Em três anos, esse tipo de serviço avançou 65%. Segundo a empresa, o resultado se deve, principalmente, à contratação de seguros para a produção de comerciais. Jairson Zichinelli, diretor de riscos empresariais da Chubb, diz que o interesse crescente é reflexo das produções cada vez mais caras feitas no Brasil de longas-metragens, curtas, documentários, comerciais e eventos. "As filmagens e os eventos se tornaram mais sofisticados. O dia-a-dia da produção tem um custo, e as pessoas estão reconhecendo que precisam ficar mais protegidas", diz Zichinelli.

CONTRALUZ
Caito Maia, diretor da marca de óculos brasileira Chilli Beans, vai avançar na América do Sul. Serão abertos 30 pontos-de-venda em países como Panamá, Colômbia, Venezuela, El Salvador, Costa Rica e Nicarágua até o fim do ano. No Brasil com 43 novos pontos, chegará a 243. Haverá também aberturas em Portugal -onde passará de seis a dez pontos- e, nos EUA, abrirá a segunda loja. Maia tem planos para expandir na Europa.

MÚSICA BARATA
A ONG Eletrocooperativa vai instalar uma máquina de vender CDs no metrô Consolação, em São Paulo, a partir deste fim de semana. Vendendo CDs a R$ 5, a máquina informará ao consumidor todos os custos que levaram à produção dos CDs: R$ 1,50 pertence ao artista, R$1,50 é custo de fabricação, R$ 0,50 paga impostos, R$ 1 é do vendedor e R$ 0,50 cobre custos da instituição.

NO PAPEL
Parte dos boletos de cobrança do Banco do Brasil, neste mês, será reduzida à metade para diminuir o consumo de papel. A mudança será feita, a princípio, em 30% dos boletos emitidos mensalmente. O banco estima que, em um ano, economizará 84 mil quilos de papel, 8 milhões de litros de água e vai preservar 3.000 árvores.

MÃOS À OBRA
Fiesp e Ciesp promovem na quinta, no World Trade Center, em São Paulo, o Congresso da Indústria 2008. Na pauta, reforma tributária e a nova política industrial. Estarão presentes Miguel Jorge, Nelson Jobim, Sérgio Rezende e Fernando Haddad, José Serra, Luciano Coutinho (BNDES), Henrique Meirelles (BC) e outros.

NA SACOLA
Joseph Greene, um dos maiores especialistas em degradação de plástico, vem ao país, a convite da Plastivida, para falar de seu estudo, solicitado pelo governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger. Com base no estudo, a Califórnia desistiu de adotar como obrigatórias sacolas oxi-biodegradáveis.

ESTUDANTE
A rede de ensino Luiz Flávio Gomes, há cinco anos no mercado de ensino à distância de pós-graduação e preparatórios para concursos públicos, comprou o Curso Prima, que há 15 anos atua no ramo de cursos de preparação para o exame da OAB. A compra foi acertada em R$ 20 milhões.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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