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Terremoto na China deve elevar inflação
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O terremoto de Sichuan
deve pressionar para cima a
já crescente inflação na China. E o país deve sofrer blecautes em várias regiões no
verão (julho e agosto).
Os danos causados à produção agrícola e industrial
nas regiões afetadas, assim
como a demanda por comida
e outros bens para os desabrigados, colocarão mais
pressão sobre os preços ao
consumidor, diz um relatório divulgado pelo Banco do
Povo da China (BC do país).
O impacto inflacionário
será apenas no curto prazo.
"A reconstrução está provocando maior demanda por
cimento, aço e outros materiais e provavelmente acrescentará pressões à inflação",
diz o relatório.
"As pressões inflacionárias
permanecem como o maior
risco à economia. Cortar o
aumento de preços permanece como a principal tarefa
para o governo."
A inflação na China atingiu
8,5% em abril, comparada ao
mesmo mês do ano passado,
recorde na última década.
Preços de alimentos dispararam - a carne de porco, base
da culinária chinesa, subiu
60% em um ano.
Sichuan, a Província que
foi o epicentro do terremoto,
é a maior produtora de carne
de porco da China, além de
grande produtora de arroz.
O vice-diretor da Comissão Estatal de Regulação da
Energia, Yu Yanshan, disse
que a Província mais rica do
país, Guangdong, vai ter uma
falta de 5,5 milhões de kilowatts, em meio à crescente
demanda. Outras quatro
Províncias também devem
sofrer com a falta de energia.
Ele disse que o terremoto de
12 de maio afetou hidrelétricas e a distribuição em Sichuan e Províncias vizinhas.
Segundo Yu, a falta de carvão também colocava pressão sobre a geração de eletricidade - as reservas de carvão em algumas usinas estavam abaixo dos sete dias de
capacidade. "Os custos da
energia são particularmente
ruins. O preço do petróleo
subiu 35% desde novembro,
data do último reajuste dos
preços tabelados da gasolina
e do diesel. Já há filas se formando nos postos de gasolina em Xangai e as refinarias
sofrem", diz o economista
Stephen Green, do Standard
Chartered Bank, de Xangai.
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