São Paulo, sábado, 07 de junho de 2008

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Terremoto na China deve elevar inflação

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

O terremoto de Sichuan deve pressionar para cima a já crescente inflação na China. E o país deve sofrer blecautes em várias regiões no verão (julho e agosto).
Os danos causados à produção agrícola e industrial nas regiões afetadas, assim como a demanda por comida e outros bens para os desabrigados, colocarão mais pressão sobre os preços ao consumidor, diz um relatório divulgado pelo Banco do Povo da China (BC do país).
O impacto inflacionário será apenas no curto prazo. "A reconstrução está provocando maior demanda por cimento, aço e outros materiais e provavelmente acrescentará pressões à inflação", diz o relatório.
"As pressões inflacionárias permanecem como o maior risco à economia. Cortar o aumento de preços permanece como a principal tarefa para o governo."
A inflação na China atingiu 8,5% em abril, comparada ao mesmo mês do ano passado, recorde na última década. Preços de alimentos dispararam - a carne de porco, base da culinária chinesa, subiu 60% em um ano.
Sichuan, a Província que foi o epicentro do terremoto, é a maior produtora de carne de porco da China, além de grande produtora de arroz.
O vice-diretor da Comissão Estatal de Regulação da Energia, Yu Yanshan, disse que a Província mais rica do país, Guangdong, vai ter uma falta de 5,5 milhões de kilowatts, em meio à crescente demanda. Outras quatro Províncias também devem sofrer com a falta de energia. Ele disse que o terremoto de 12 de maio afetou hidrelétricas e a distribuição em Sichuan e Províncias vizinhas.
Segundo Yu, a falta de carvão também colocava pressão sobre a geração de eletricidade - as reservas de carvão em algumas usinas estavam abaixo dos sete dias de capacidade. "Os custos da energia são particularmente ruins. O preço do petróleo subiu 35% desde novembro, data do último reajuste dos preços tabelados da gasolina e do diesel. Já há filas se formando nos postos de gasolina em Xangai e as refinarias sofrem", diz o economista Stephen Green, do Standard Chartered Bank, de Xangai.


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