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TELEFONIA
Serviço permite até 2 minutos de conversa grátis, mas usuário é obrigado a ouvir até 30 segundos de comerciais
Ligação gratuita com anúncio chega ao país
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O serviço das ligações telefônicas gratuitas, nas quais o usuário
se dispõe a ouvir alguns segundos
de propaganda em troca do direito de falar por um ou dois minutos de graça, está chegando finalmente ao Brasil.
Comuns na Europa - a British
Telecom é uma das operadoras
que adota o sistema -, as ligações
gratuitas passaram a ser oferecidas apenas no último mês pela
Telemar do Rio de Janeiro e pela
empresa paulista Alô Grátis.
Esta última é a que tem o projeto mais audacioso. A companhia
fechou um acordo com a Embratel e, depois de testes em maio,
pretende oferecer para os habitantes dos 20 maiores centros urbanos do país o direito de ligações
gratuitas para qualquer cidade
brasileira.
Por enquanto, o sistema está limitado a 17 bairros da Grande São
Paulo, a fim de evitar congestionamento das linhas. "Hoje temos
capacidade para atender 2 milhões de chamadas mensais, mas
queremos chegar a 6 milhões no
Estado", explicou ontem o diretor
de tecnologia da Alô Grátis, Alexandre Baptistella.
Em dois anos, a Alô Grátis, que
tem como um dos principais acionistas o empresário Edmon Rubies, dono da companhia de revenda de linhas Bolsa de Telefones, quer garantir 20 milhões de
chamadas mensais.
Sistema
O sistema é baseado no pagamento dos custos e da margem de
lucro pelos anunciantes. O paulistano que quiser usar o serviço hoje, e estiver nas 17 áreas atendidas,
pode ligar de qualquer telefone fixo para o número 0800-900801. A
partir daí ouvirá 15 segundos de
propaganda, discará o DDD da cidade e o número do telefone da
pessoa com quem quer falar.
Falará então um minuto de graça. Depois de mais 15 segundos de
comercial, ouvidos pelas duas
pessoas na linha, terá o direito a
mais um minuto de conversa. "O
serviço é para recados rápidos,
mas as pesquisas indicam que
dois minutos é tempo suficiente
para a maioria das pessoas."
Quem quiser falar de São Paulo
para Manaus, por exemplo, pode
economizar R$ 1,049. O sistema
não aceita celulares.
Hoje a Alô Grátis tem apenas
dois anunciantes, a própria Bolsa
de Telefones e o Ministério da
Educação e Cultura. Mas a meta é
ter 2.000 pequenos anunciantes,
como restaurantes e academias de
ginástica, e 20 grandes conglomerados. "Vamos cobrar R$ 0,50 por
inserção comercial."
A empresa quer faturar R$ 10
milhões por mês em dois anos,
quando todo o sistema deverá estar em operação. Cerca de R$ 20
milhões serão investidos em equipamentos, pessoal e publicidade.
Regionalização
Uma das formas que a Alô Brasil
pretende usar para conquistar os
anunciantes é a regionalização
dos comerciais. Quem fizer uma
ligação a partir do Ibirapuera, um
dos bairros já atendidos, ouvirá
comerciais de restaurantes, salões
de beleza e outros estabelecimentos da região.
Apesar dos testes em maio, a
Alô Brasil começou a intensificar
a divulgação do serviço no último
dia 1º.
Já a Telemar do Rio adotou o
sistema Fale Grátis no dia 8 de junho. Ele faz apenas ligações locais
na Grande Rio e funciona pelo telefone 31-2000. Tem como anunciantes a Rádio FM O Dia, a prefeitura da cidade e a companhia
Papéis Repor. O sistema já vinha
sendo usado em Belo Horizonte e
Vitória.
A Telefônica, de São Paulo, e a
CTBC, de Uberlândia (MG), são
outras duas operadoras que estudam a adoção do serviço.
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