Uma das grandes discussões, entre os economistas, é se há ou não espaço para uma redução maior do juro real, já que a taxa, hoje na faixa de 10% real ao ano, chegou ao menor patamar desde 1992. Antes, o juro só tinha atingido esse degrau em 2001 e 2004, mas a inflação subiu e o processo foi estancado.
O economista Caio Megale, da Mauá Investimentos, está concluindo um estudo para mostrar que, diferentemente dos anos anteriores, há, sim, espaço para uma redução maior do juro real. Ele acha até que o país deveria testar uma taxa de 7% real ao ano, inédita na história do país.
Megale sabe que uma redução de juros agora viria na contramão do que ocorre, hoje, no mundo. Nos últimos dois meses, mais de 20 países apertaram a política monetária. Entre eles, Estados Unidos, países europeus, Dinamarca, Coréia do Sul, Tailândia, Turquia, Índia, África do Sul, Arábia Saudita, Taiwan, Austrália, China, Colômbia, Hungria, Islândia, Israel, Malásia, Noruega, Peru, Suécia, Argentina e Canadá.
O que chama a atenção, no entanto, no Brasil, é que, diferentemente dos anos anteriores, quando o juro real atingiu o piso atual, a inflação está bem baixa e o crescimento não está explosivo. "O país está mais estável e, portanto, menos arriscado do que antes", diz.
Nessa situação de menor risco, o juro tem uma função mais contracionista. As pessoas preferem poupar em vez de consumir. O juro mais alto não significa necessariamente que irá aumentar a poupança, já que num período de instabilidade as pessoas podem optar pelo consumo com medo de uma piora da conjuntura.
A grande dúvida diz respeito à política fiscal, que dá sinais de deterioração, mas, mesmo assim, tudo indica que o país irá cumprir a meta definida para o ano de 4,25% do PIB para o superávit primário. Além disso, o Brasil ainda é o país que pratica a maior taxa real de juro entre os emergentes, de 3% ao ano. "O problema fiscal no país pode impedir que o Brasil pratique a média dos emergentes, mas não há necessidade de 10%."

MODA D'ALÉM-MAR
Portugal descobre o Brasil pela segunda vez. O escritório Art&Moda vai lançar novas marcas de moda masculina em lojas multimarcas, como Field, Uma e VR. "Vamos comercializar no Brasil um produto com preços mais competitivos", diz José Pereira, que dirige o escritório. Ele também vai apostar no private label, em que confecções portuguesas criam peças para marcas nacionais. Os lançamentos serão neste inverno.

MERCADO CALÓRICO
A comercialização do chocolate ainda tem muito a ser explorada. É o que diz Ricardo Branco, criador da feira "Maison Chocolatier -uma exposição de dar água na boca", que acontece no Mube, neste mês. O museu vai abrigar esculturas, pinturas e jóias de chocolate, além de palestras com médicos sobre os benefícios do chocolate à saúde. Para Branco, que é proprietário da empresa que lança a feira, o evento é mais uma maneira de ampliar o consumo do produto.

RENOVAÇÃO
Lançado há menos de um mês, o BNDES decidiu ampliar o orçamento do programa Prócaminhoneiro para R$ 1 bilhão. Os R$ 500 milhões previstos esgotaram. O programa é para a aquisição de caminhões novos e usados. O BNDES financia 100% da compra no prazo de até 84 meses e juros de TJLP mais 1%. O Brasil é um dos países com uma das frotas de caminhões mais antigas do mundo, com uma média de antigüidade de 15 anos.

CONSIGNADO
De julho de 2005 a junho de 2006, a carteira de empréstimo consignado da Caixa emprestou R$ 5,4 bilhões com 1.949.225 contratos. A Caixa lidera o ranking dos bancos com as menores taxas de juros dessa modalidade de crédito para aposentados e pensionistas. Para o pagamento em até seis meses, a taxa passou de 1,75% ao mês para 1,35%. Os empréstimos com prazo entre 25 e 36 meses passaram de 2,8% ao mês para 2,6%.

LANÇAMENTO
A Close Up aposta nas histórias em quadrinhos para lançar dois novos cremes dentais. A empresa irá investir R$ 7,5 milhões no lançamento de Close Up Ice e Close Up Fire. Foram criados dois personagens inspirados nos heróis dos gibis.

EXPANSÃO
O Banco do Brasil assinou protocolo com a CNDL (confederação de dirigentes lojistas) e a Alshop (associação de lojistas de shopping) para incluí-los na sua rede de correspondentes bancários e ampliar a base de clientes no setor.

EM QUEDA
A cesta de compras do Fecomércio-RJ indica que a trajetória dos preços dos alimentos segue em queda, com a ajuda do clima, da boa safra e do impacto defasado da valorização cambial. O combustível deve ser o destaque de baixa.

GOURMET
A Gula & Design e o Boa Mesa Gourmet realizam, de 8 a 13 de agosto, um grande evento gastronômico, em São Paulo, com renomados profissionais para discutir qual a melhor cozinha do mundo, se a a espanhola ou a francesa.

com MARCELO SAKATE e ISABELLE MOREIRA LIMA

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