São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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Três são presos por tentar vender para Pepsi segredos da Coca-Cola

Esquema começou a ser revelado com a colaboração da empresa concorrente

DA FOLHA ONLINE

Uma assistente administrativa da gigante das bebidas Coca-Cola e outros dois homens foram presos anteontem nos EUA sob acusação de roubar documentos confidenciais e uma amostra secreta de um novo produto que teriam tentado vender à rival Pepsi.
O esquema começou a ser desvendado depois que a Pepsi informou a concorrente. Depois, um agente disfarçado do FBI (polícia federal dos EUA) pagou US$ 30 mil, transportados em uma caixa de biscoitos, a um dos suspeitos, Ibrahim Dimson. Ele e Edmund Duhaney estão presos, e a funcionária da Coca-Cola Joya Williams foi libertada sob fiança.
Segundo o procurador do Estado da Geórgia, David Nahmias, "o roubo de segredos comerciais valiosos não será tolerado nem pelo Departamento de Justiça, nem pelos concorrentes, como o caso mostrou".
No dia 19 de maio, a Pepsi enviou à sede da rival, em Atlanta, uma cópia de uma carta que recebeu em um envelope timbrado da Coca-Cola. O remetente -que, segundo o FBI, foi Dimson- se identificou como "Dirk". Na carta, ele afirmou ser um funcionário de alto escalão da empresa e oferecia "informações confidenciais e bastante detalhadas". A Coca-Cola informou o FBI em seguida.
A assistente administrativa foi identificada, por meio de gravações telefônicas, como a fonte da informação de Dimson. Ela também foi filmada no sistema de segurança da Coca-Cola vasculhando arquivos e colocando documentos em sacolas. Williams foi vista ainda nas fitas da segurança colocando em sua bolsa um frasco com um rótulo branco e que correspondia à descrição do frasco de um novo produto que vem sendo desenvolvido pela empresa -o que foi comprovado pela Coca-Cola.
No mesmo dia em que o agente do FBI pagou para Dimson US$ 30 mil pelos documentos, ele entrou em contato com Williams e com Duhaney, segundo gravações telefônicas. Duhaney abriu uma conta conjunta com Dimson para receber US$ 1,5 milhão prometido pelo agente para ficar com o restante dos documentos confidenciais. De acordo com a promotoria, o depósito deveria ter ocorrido ontem.
Segundo o diário americano "The Wall Street Journal", o presidente e executivo-chefe da Coca-Cola, Neville Isdell, disse em um memorando que "embora essa falha de confiança seja difícil de aceitar, ela ressalta a responsabilidade que cada um tem de ser vigilante na proteção de nossos segredos comerciais". O porta-voz da companhia, Ben Deutsch, informou que entre as informações roubadas pelos três não estava a fórmula do refrigerante Coca-Cola.


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