São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2008

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Indústria já dá sinal de desaceleração, diz Iedi

Há hoje uma grande polêmica se a indústria brasileira estaria ou não em processo de desaceleração, após os resultados divulgados na semana passada pelo IBGE. A produção industrial subiu 2,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas em abril o crescimento tinha sido de 10% também em relação a 2007.
Muitos economistas argumentaram que, neste ano, maio teve dois dias úteis a mais do que em 2007 e esse teria sido um dos motivos para a desaceleração. O Iedi acha, no entanto, que não foi só isso. A indústria estaria mesmo apresentando sinais de desaceleração.
O Iedi apresenta dois fatores para justificar essa constatação. Primeiro o fato de os setores de semi e não-duráveis (alimentos, vestuário etc.) terem apresentado um ligeiro recuo (de -0,15%) em relação a maio de 2007. Todos os demais segmentos da indústria apresentaram um resultado positivo.
Para o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, do Iedi, essa queda nos setores de semi e não-duráveis já reflete o efeito corrosivo da inflação sobre a renda da sociedade, que começa a deixar de consumir bens imediatos.
O fator câmbio também deve ter contribuído para esse comportamento negativo dos bens semi e não-duráveis. O dólar já se desvalorizou em 10% neste ano em relação ao real, o que torna o produto estrangeiro bem mais atrativo.
"O baixo dinamismo do segmento de bens de consumo semi e não-duráveis é preocupante, dado que esse setor é um grande contratante de mão-de-obra e responde pela oferta de produtos que compõem a cesta básica da população", diz o Iedi.
Outro fator que reforça a tese do Iedi de que a indústria está em desaceleração foi o desempenho da área de bens de capital. O setor registrou um acréscimo de 5,8% em maio em relação ao mesmo mês de 2007, mas esse crescimento interrompe uma longa seqüência de taxas de dois dígitos.
Segundo Júlio Sérgio Gomes de Almeida, apesar dessa desaceleração do setor de bens de capital, ainda é cedo para se concluir que esse desempenho do segmento já reflita uma disposição menor de investir por parte dos empresários.

PAPÉIS
A Logos Química, empresa que opera como fornecedora de produtos químicos na América do Sul para as áreas de papel e celulose, tintas e vernizes, plásticos, adesivos e outros segmentos, foi negociada para o grupo Hercules USA. A transação de venda foi realizada por meio da Ricardo Lei Consultoria Empresarial.

REFLEXÕES
O advogado Sérgio Guerra, professor da FGV Direito-Rio, lança, na quarta-feira, no Rio, o livro "Discricionariedade e Reflexividade: Uma nova teoria sobre as escolhas administrativas" (Editora Fórum). A idéia é contribuir com a teorização de uma nova fórmula jurídica, a reflexividade, para reduzir atos arbitrários e ineficientes de administradores públicos.

DOWNLOAD
Luiz Gonsales, diretor da empresa de jogos RealGames no Brasil; a companhia, que registrou expansão de 300% no volume de anúncios em 2007, prevê crescer 150% neste ano, aproveitando o aquecimento do setor de games, que já faz girar uma indústria que movimenta no país anualmente US$ 250 milhões; uma das maneiras de veicular anúncios é inserir a marca no game e apresentá-la enquanto os jogos são baixados no computador; segundo a empresa, estima-se que cada usuário jogue entre 15 minutos e cinco horas por mês.

MAIS ESPAÇO
O grupo Bazzar, na expansão da marca Bazzar Especialidades, pretende agora atingir pontos fora do eixo Rio-São Paulo. André Paraízo, sócio da empresa, fechou distribuição em Minas Gerais, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná. Atualmente são vendidas 7.500 unidades para 54 pontos-de-venda no Rio e em São Paulo.

DAS ARÁBIAS

O grupo Baden Baden Hotéis, formado por investidores árabes, se prepara para fazer um investimento de cerca de R$ 90 milhões para a construção do resort Termas do Tabuleiro, em Santo Amaro da Imperatriz, em Santa Catarina. O espaço será composto por 70 casas de alto padrão, 200 apartamentos e spa. Bassam George Necola Hanna, sócio do complexo e cônsul honorário de Marrocos, afirma que existe interesse de outros investidores árabes em aplicar no Brasil. "Com o preço alto do barril de petróleo, os árabes estão procurando lugares para investir", diz ele. De acordo com Hanna, no mês de março, um comitê de empresários da região vai desembarcar no país para identificar e avaliar novas oportunidades.

Com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI



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