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FMI elevará previsão de crescimento em 2010
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
O FMI (Fundo Monetário
Internacional) anunciará hoje
uma previsão mais otimista para a economia mundial em
2010. Diante da recuperação
dos principais indicadores e da
retomada mais acelerada nos
países emergentes, a projeção
de crescimento global para o
próximo ano, que era de 1,9%
em abril, ultrapassará 2%, disse
ontem o diretor-gerente do
FMI, Murilo Portugal.
O economista brasileiro não
quis antecipar os números que
serão divulgados hoje. Mas
usou gráficos para demonstrar
que a partir de abril houve freada no declínio de indicadores-chave da economia mundial,
como a produção industrial,
vendas no varejo, exportação
de mercadorias e compras do
setor manufatureiro.
Daí em diante, apesar de se
manterem em terreno negativo, esses indicadores começaram a subir. "Já houve uma inversão de várias dessas curvas,
o que indica que a crise pode ter
chegado ao fundo", disse Portugal. "A questão é se vai haver
uma outra queda".
No anúncio de hoje, a projeção de crescimento de alguns
emergentes para este ano será
elevada, disse Portugal, dando a
entender que o Brasil estará
entre eles. Na estimativa de
abril, o país aparecia com uma
contração de 1,3% em 2009 e
crescimento de 2,2% em 2010.
Apesar da melhora no desempenho desses países, o panorama global será "praticamente o mesmo" projetado anteriormente, de queda de 1,3%.
Portugal não acredita na tese
de "descolamento" dos emergentes. "É ilógico achar que isso
é possível numa economia
mundial tão integrada."
No debate com agências da
ONU em Genebra, não faltaram advertências para os riscos
de um otimismo precipitado. O
mais veemente foi o diretor da
Unctad (Conferência da ONU
para Comércio e Desenvolvimento), Supachai Panitchpakdi. "Esta crise pode apagar
avanços de anos no combate à
pobreza em poucos meses",
disse ele. "A ideia de que a crise
acabou é enganadora e muito
perigosa, pois pode estimular
os especuladores".
Pouco antes, o diretor-geral
do FMI, Dominique Strauss-Kahn, havia alertado que a instabilidade continuará enquanto os bancos continuarem com
ativos tóxicos nos balanços.
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