São Paulo, terça-feira, 07 de julho de 2009

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FMI elevará previsão de crescimento em 2010

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciará hoje uma previsão mais otimista para a economia mundial em 2010. Diante da recuperação dos principais indicadores e da retomada mais acelerada nos países emergentes, a projeção de crescimento global para o próximo ano, que era de 1,9% em abril, ultrapassará 2%, disse ontem o diretor-gerente do FMI, Murilo Portugal.
O economista brasileiro não quis antecipar os números que serão divulgados hoje. Mas usou gráficos para demonstrar que a partir de abril houve freada no declínio de indicadores-chave da economia mundial, como a produção industrial, vendas no varejo, exportação de mercadorias e compras do setor manufatureiro.
Daí em diante, apesar de se manterem em terreno negativo, esses indicadores começaram a subir. "Já houve uma inversão de várias dessas curvas, o que indica que a crise pode ter chegado ao fundo", disse Portugal. "A questão é se vai haver uma outra queda".
No anúncio de hoje, a projeção de crescimento de alguns emergentes para este ano será elevada, disse Portugal, dando a entender que o Brasil estará entre eles. Na estimativa de abril, o país aparecia com uma contração de 1,3% em 2009 e crescimento de 2,2% em 2010.
Apesar da melhora no desempenho desses países, o panorama global será "praticamente o mesmo" projetado anteriormente, de queda de 1,3%.
Portugal não acredita na tese de "descolamento" dos emergentes. "É ilógico achar que isso é possível numa economia mundial tão integrada."
No debate com agências da ONU em Genebra, não faltaram advertências para os riscos de um otimismo precipitado. O mais veemente foi o diretor da Unctad (Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento), Supachai Panitchpakdi. "Esta crise pode apagar avanços de anos no combate à pobreza em poucos meses", disse ele. "A ideia de que a crise acabou é enganadora e muito perigosa, pois pode estimular os especuladores".
Pouco antes, o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, havia alertado que a instabilidade continuará enquanto os bancos continuarem com ativos tóxicos nos balanços.


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