DA SUCURSAL DO RIO

Os bens de capital (máquinas e equipamentos) tiveram forte crescimento no segundo trimestre, um indicador de mais investimentos na economia. Além disso, a expansão não é mais restrita ao setor agrícola, como ocorria anteriormente, de acordo com o IBGE.
No primeiro semestre, a alta da produção de bens de capital chegou a 25,2%. No segundo trimestre, subiu 28,4%. As máquinas e equipamentos utilizados pela construção civil, por exemplo, tiveram alta de 28,4% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. As máquinas agrícolas registraram aumento de 10,7% na mesma comparação.
"Isso significa uma confiança do empresário e o aumento da capacidade de produção, que só se dá num contexto de otimismo. Além disso, a ampliação do investimento está mais disseminada", disse o coordenador de Indústria do IBGE, Silvio Sales.
Para ele, a expansão generalizada mostra que os empresários estão investindo também na produção ao mercado interno, após meses apostando apenas nas exportações ligadas ao agronegócio, que demandavam a compra de máquinas e equipamentos agrícolas, como tratores e colhedeiras.
Embora as exportações ainda constituam o fator preponderante no crescimento da economia, as vendas externas não estão mais sozinhas. "Já há um aumento expressivo das vendas internas de duráveis, um aumento mais modesto dos não-duráveis e um investimento que vai atender a demanda interna. E, quando estamos falando de bens de capital para a construção civil, estamos falando de demanda interna", disse.
Na sua avaliação, a alta dos bens de capital voltados para setores do mercado doméstico já corresponde ao efeito multiplicador que as exportações têm tido sobre o crescimento. "Se toda a economia muda seu rumo e tem um resultado mais positivo, é de esperar que os vários setores reajam investindo. Tudo indica que tenha começado pela exportação e agroindústria, que já eram os fatores de crescimento de 2003."


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