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FINANÇAS
Após fuga de aplicações em títulos desses países, aparecem sinais de estabilização, até com entrada de recurso
Investidores fogem menos de emergentes
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de uma intensa saída de
investidores de papéis da dívida
de países emergentes, intensificada a partir de abril, começam a
aparecer os primeiros sinais de estabilização.
Na semana terminada no dia 21
de julho, os fundos que aplicam
em títulos da dívida de emergentes registraram entrada de US$ 2
milhões. Foi a primeira injeção de
recursos em 11 semanas. Os dados
são da EmergingPortfolio.com.
Nas duas últimas semanas prevaleceram as retiradas. Entre 29
de julho e 4 de agosto, por exemplo, saíram US$ 69 milhões. Mas,
na avaliação de Brad Durham, diretor da corretora americana, essas saídas são "modestas". A
EmergingPortfolio.com monitora fundos que somam um patrimônio de mais de US$ 3 trilhões.
"Há, sem dúvida, um desempenho positivo no mercado de títulos da dívida de países emergentes. Estamos vendo um quadro de
estabilização", afirmou Durham.
Essa tendência, diz, deve se
manter. A divulgação dos dados
sobre emprego nos EUA ontem
deve dar um empurrão na performance dos emergentes, pois o número de novos postos de trabalho
ficou bem abaixo do esperado por
analistas.
"Com esse desempenho fraco,
os investidores começam a perder
a confiança na solidez do crescimento. Isso vai reforçar o interesse nos títulos da dívida dos emergentes", avaliou Durham.
Esse compasso lento na criação
de empregos nos EUA faz com
que se preveja uma ação menos
agressiva do Fed (banco central
americano) no aperto da política
monetária. Juros mais baixos nos
EUA aumentam o apetite dos investidores por mercados com
rentabilidade mais elevada.
"Estamos encorajados pela recente performance dos mercados
emergentes", diz trecho de relatório para investidores produzido
nesta semana pelo banco ABN
Amro. Ainda segundo o banco,
há indícios de que movimentos
especulativos em posições de curto prazo estão diminuindo. Essa
situação, avalia a instituição, está
por trás de um movimento rumo
"a um sentimento mais estável no
mercado e com menos variações
nos preços [dos títulos] e nos riscos [desses países]".
"O tom mais otimista desses
mercados reflete a combinação de
fortes resultados econômicos nesses países, especialmente no Brasil, e o menor grau de preocupação com relação a uma escalada
desordenada na taxa de juros do
Fed", sintetizou Mohamed El-Erian, da Pimco.
A corretora detém mais de US$
390 bilhões em títulos da dívida
de emergentes e de países ricos.
El-Erian também exibe otimismo com o Brasil. De acordo com
ele, a estratégia é engrossar o volume de compra de papéis brasileiros. "Acreditamos na melhoria
e na sustentabilidade das condições econômicas e financeiras do
Brasil."
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