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Estatal negocia dividir pólo do setor no Sudeste com a Unipar
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor de abastecimento
da Petrobras, Paulo Roberto
Costa, disse ontem que a companhia negocia com a Unipar
uma fusão com a empresa resultante da compra da Suzano,
adquirida na sexta-feira por R$
2,7 bilhões. Essa nova empresa
vai reunir os principais ativos
da petroquímica no Sudeste.
A nova companhia também
ficará responsável por tocar o
projeto do Comperj (Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro), refinaria petroquímica orçada em US$ 8,5 bilhões que
entrará em operação em 2013.
Segundo Costa, o objetivo é
criar um novo grande competidor no setor petroquímico
-hoje liderado pela Braskem.
Ele negou que seja como uma
"reestatização" do setor. "Não
queremos ser monopolistas."
Essa possibilidade foi aventada pelo vice-presidente de relações institucionais da Braskem, Marcelo Lira, para quem a
compra da Suzano representa
"uma reestatização" do setor,
caso a Petrobras não encontre
um sócio privado. "Isso desequilibra o setor, pois a Petrobras seria ao mesmo tempo fornecedora [de nafta, insumo básico da petroquímica] e concorrente [da Braskem]", disse.
Costa disse ainda que é possível a entrada de um terceiro sócio. Citou o grupo Ultra como
um possível interessado.
José Lima Neto, presidente
da Petroquisa (subsidiária da
área petroquímica da Petrobras), disse que a compra da Suzano será concluída em 90 dias.
Até lá, diz, há tempo para que
a Unipar decida entrar na nova
companhia. Mesmo depois de
concluída a operação, afirma, a
empresa poderá ingressar no
negócio. A Folha apurou que a
Unipar está, de fato, em negociações com a Petrobras para
ter participação relevante na
empresa que controlará o pólo.
Dívida e preço alto
Além dos R$ 2,7 bilhões, a
Petrobras também assumiu dívidas de R$ 1,482 bilhão da Suzano, elevando o valor total do
negócio a R$ 4,182 bilhões.
O valor foi considerado alto
ontem por analistas que participaram de teleconferência
com o diretor da Petrobras. Para Costa, o preço foi "justo" devido à importância da Suzano
em ser a base da integração da
petroquímica no Sudeste.
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