São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2007

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Estatal negocia dividir pólo do setor no Sudeste com a Unipar

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse ontem que a companhia negocia com a Unipar uma fusão com a empresa resultante da compra da Suzano, adquirida na sexta-feira por R$ 2,7 bilhões. Essa nova empresa vai reunir os principais ativos da petroquímica no Sudeste.
A nova companhia também ficará responsável por tocar o projeto do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), refinaria petroquímica orçada em US$ 8,5 bilhões que entrará em operação em 2013.
Segundo Costa, o objetivo é criar um novo grande competidor no setor petroquímico -hoje liderado pela Braskem. Ele negou que seja como uma "reestatização" do setor. "Não queremos ser monopolistas."
Essa possibilidade foi aventada pelo vice-presidente de relações institucionais da Braskem, Marcelo Lira, para quem a compra da Suzano representa "uma reestatização" do setor, caso a Petrobras não encontre um sócio privado. "Isso desequilibra o setor, pois a Petrobras seria ao mesmo tempo fornecedora [de nafta, insumo básico da petroquímica] e concorrente [da Braskem]", disse.
Costa disse ainda que é possível a entrada de um terceiro sócio. Citou o grupo Ultra como um possível interessado.
José Lima Neto, presidente da Petroquisa (subsidiária da área petroquímica da Petrobras), disse que a compra da Suzano será concluída em 90 dias.
Até lá, diz, há tempo para que a Unipar decida entrar na nova companhia. Mesmo depois de concluída a operação, afirma, a empresa poderá ingressar no negócio. A Folha apurou que a Unipar está, de fato, em negociações com a Petrobras para ter participação relevante na empresa que controlará o pólo.

Dívida e preço alto
Além dos R$ 2,7 bilhões, a Petrobras também assumiu dívidas de R$ 1,482 bilhão da Suzano, elevando o valor total do negócio a R$ 4,182 bilhões.
O valor foi considerado alto ontem por analistas que participaram de teleconferência com o diretor da Petrobras. Para Costa, o preço foi "justo" devido à importância da Suzano em ser a base da integração da petroquímica no Sudeste.


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