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ANÁLISE
Resultado acende "luz amarela" no governo
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A captação da poupança em
julho acendeu a "luz amarela"
no governo, segundo um auxiliar direto do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. A Folha
apurou que o resultado reforçou a posição do Banco Central
de que as novas regras para a
poupança e o projeto que isenta os fundos de investimento
do Imposto de Renda devem
ser enviados ao Congresso o
mais rapidamente possível.
Nos últimos dois meses, o BC
e a Fazenda divergiram sobre
enviar ao Congresso as novas
regras, decididas por Lula em
maio. A Fazenda defendia que
o governo aguardasse dados
econômicos sobre a captação
da poupança. O BC alertava para o risco de descapitalização
dos fundos de investimento.
Agora, diz um auxiliar de Lula, não dá mais para o governo
adiar o envio. Lula deve se reunir com o ministro Guido Mantega (Fazenda), cuja equipe ficou encarregada da redação final das novas regras.
Um dos argumentos usados
por Mantega para adiar o envio
das propostas ao Congresso é
que isso forçaria os bancos a reduzir a taxa de administração
cobrada em fundos de investimento para tornar a aplicação
mais competitiva.
Segundo avaliação do BC, o
simples envio já indicará queda
de rendimento futuro da poupança para grandes aplicadores
-acima dos R$ 50 mil por CPF
(Cadastro de Pessoa Física). O
BC acha fundamental desonerar os fundos de investimento
para que não haja fuga. Esses
fundos são fundamentais para
a rolagem da dívida pública
porque aplicam seus recursos
em títulos do governo.
O BC já chegou a colocar em
ata de reunião do Comitê de
Política Monetária, sem citar
claramente a caderneta de
poupança, que mecanismos de
indexação do passado podem
limitar a redução da taxa de juros, hoje em 8,75% ao ano.
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