São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

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Bolsa de SP interrompe escalada e recua 1,12%

Dado de emprego nos EUA gera cautela; dólar sobe

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo não resistiu. Com os mercados acionários mais fracos nos EUA, encerrou ontem no vermelho, em baixa de 1,12%, a 55.754 pontos.
No dia anterior, a valorização da Bolsa no ano havia alcançado os 50%. Com os ganhos em patamares tão elevados, uma realização de lucros (que é a venda de ações para embolsar ganhos) era esperada.
O mercado de câmbio atravessou um dia menos animador. O dólar, que na quarta chegou a ser negociado a R$ 1,808, registrou apreciação de 1,49% e fechou a R$ 1,837.
Nos EUA, o Dow Jones recuou 0,27%, e a Nasdaq, 1%.
A agenda econômica de hoje pesou para a maior cautela de ontem. O governo dos EUA vai apresentar os números do mercado de trabalho. Os investidores estarão atentos aos indicadores, que têm força para agitar os mercados financeiros.
Pesquisa da Reuters mostrou que a expectativa é que chegue a 320 mil o número de trabalhadores que perderam o emprego em julho. Se confirmado, será o menor número mensal desde setembro de 2008.
"Nas últimas semanas, os preços dos ativos financeiros globais passaram a precificar a expectativa de retomada mais sólida e vigorosa do crescimento mundial", diz Miriam Tavares, diretora da corretora AGK.
"Com isso, está cada vez mais evidente que a persistência das altas nos mercados será possível apenas se os indicadores macroeconômicos e os números corporativos confirmarem essa perspectiva mais otimista embutida nos preços. Sinais que indiquem exageros das altas recentes farão os investidores buscarem posições mais defensivas", diz Tavares.
A Bovespa ainda computa valorização de 48,48% em 2009. No mês, a alta é de 1,81%.

Dinheiro externo
A continuidade na entrada de capital externo na Bolsa brasileira tem sido fundamental para mantê-la no azul no mês. Após os R$ 2,2 bilhões de saldo positivo marcado no mês passado, agosto começou em ritmo forte. Nos primeiros três dias do mês, o balanço do capital externo na Bolsa estava positivo em R$ 557,8 milhões.
Entre os papéis mais negociados, e que costumam atrair os estrangeiros, houve perdas mais fortes no segmento bancário: a ação ordinária do Banco do Brasil perdeu 3,89%, Bradesco PN caiu 1,31%, e Itaú Unibanco PN recuou 0,82%. A ação PN da Petrobras caiu 1,29%, e a PNA da Vale, 1,20%.
Na agenda brasileira, o destaque do dia é a divulgação do IPCA de julho. Como esse é o índice de preços que o BC utiliza para monitorar sua meta, costuma ser aguardado com maior ansiedade pelo mercado.
Se a meta estiver sob controle, a autoridade monetária não deve fazer mudanças inesperadas na Selic.
Ontem, no pregão futuro da BM&FBovespa, os contratos de juros que vencem no fim do ano fecharam com taxa de 8,66%, o que mostra que o mercado conta com a manutenção da Selic (hoje em 8,75%) até dezembro.
Já no contrato que tem vencimento no fim de 2010, a taxa está em 9,83%, com os investidores mais cautelosos em relação ao futuro. (FABRICIO VIEIRA)


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