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Dólar e gasolina derrubam IPCA para 0,05%
Resultado de agosto é o mais baixo para o mês desde 1998; no ano, índice acumula variação de 1,78%
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A inflação medida pelo IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo) recuou de 0,19%
em julho para 0,05% em agosto, a menor taxa de agosto desde 1998. Analistas esperavam
uma alta de 0,23%. A alta acumulada no ano é de 1,78%.
Segundo o IBGE (Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o patamar baixo de inflação em agosto foi puxado pela queda nos preços dos
combustíveis. Depois de subir
1,04% em julho no mercado internacional, o álcool teve queda
de 0,80% e derrubou os preços
da gasolina, que caíram 0,40%.
Segundo Solange Srour, economista-chefe da Mellon Global Investments Brasil, o que
surpreendeu o mercado foi o
comportamento de alimentos e
combustíveis. O efeito do câmbio sobre os produtos alimentícios e a boa safra agrícola puxaram os preços para baixo. As
pressões de alta vieram de produtos como carnes, que subiram 1,52% em razão da entressafra, e frutas (7,15%). "Mesmo
as frutas estão subindo menos
do que prevíamos", disse Srour.
A principal pressão de alta
partiu dos reajustes de empregados domésticos, que passaram de 1,18% em julho para
2,26% em agosto. Em razão da
metodologia usada pelo IBGE,
o aumento é resultado ainda do
reajuste do salário mínimo.
Com o resultado de agosto,
economistas começaram a revisar para baixo suas projeções.
O Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), ligado ao
Ministério do Planejamento,
prevê que a inflação encerre o
ano com alta de 3,2% na taxa
acumulada em 12 meses.
Para o IBGE, o patamar mais
baixo de inflação já configura
tendência. "Na perspectiva de
12 meses, as taxas estão desacelerando. Essa tem sido a evidência e também o sinal de tendência", afirmou Eulina Nunes
dos Santos, coordenadora de
Índices de Preços do IBGE. Em
agosto, a taxa acumulada em 12
meses ficou em 3,84%. Para
Alex Agostini, da Austin Ratings, a inflação de 2006 será a
menor desde 1998 (1,65%).
INPC
A inflação dos mais pobres
registrou deflação de 0,02% em
agosto, influenciada pelo peso
maior dos produtos alimentícios e pelo efeito do câmbio. O
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) se refere a
famílias com rendimento de
um a seis salários mínimos.
No ano, o INPC acumula variação de 1,16%, A taxa em 12
meses ficou em 2,85%.
IGP-DI sobe
O IGP-DI (Índice Geral de
Preços - Disponibilidade Interna) subiu 0,41% em agosto, ante 0,17% de julho. Dos três componentes do índice, subiram o
IPC (Índice de Preços ao Consumidor), para 0,16% em agosto, ante 0,06% em julho, e o IPA
(Índice de Preços por Atacado),
de 0,17% em julho para 0,53%
em agosto. O INCC foi de
0,24% em agosto.
Coordenador de análises
econômicas da FGV (Fundação
Getulio Vargas), Salomão Quadros, avaliou que a subida foi
natural depois de uma queda
muito forte em agosto. "No mês
passado não houve um ponto
de equilíbrio, mas queda muito
forte derivada da redução dos
preços dos metais ferrosos. Como eles voltaram a subir um
pouco, o índice também acelerou. Mas nada indica que o
IGP-DI vá subir muito ainda."
Colaborou TALITA FIGUEIREDO, da Sucursal do Rio
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