|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pessimismo nos EUA faz Bolsa de SP cair 1,76%
Bancos voltam a apostar na continuidade da alta do real
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A véspera do feriado do Dia
da Independência foi bem negativa para o mercado financeiro doméstico. Notícias internas
positivas, como inflação menor
que o esperado, foram ofuscadas pelo pessimismo que derrubou o mercado americano.
A Bolsa de Valores de São
Paulo registrou forte perda de
1,76%. O dólar terminou as
operações de ontem a R$ 2,152
-alta de 0,89%.
No mercado futuro de juros
da BM&F, as taxas dos contratos DI (Depósito Interfinanceiro) mais curtos recuaram em
resposta ao IPCA mais fraco.
Mas as taxas subiram nos papéis com vencimentos mais
longos devido aos EUA.
O IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) registrou
alta de apenas 0,05% em agosto. Como o IPCA é o índice de
preços utilizado pelo Banco
Central para monitorar a meta
oficial de inflação, quanto menor estiver, maiores são as
chances de a taxa básica Selic
ser reduzida.
Nos Estados Unidos, a notícia de que os custos do trabalho
por unidade se expandiram em
ritmo acima do desejado trouxe
novas preocupações em relação
a pressões inflacionárias. Além
disso, uma pesquisa mostrou
que o setor de serviços cresceu
mais do que o esperado em
agosto.
Com isso, a Bolsa eletrônica
Nasdaq teve forte desvalorização de 1,72%. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,55%.
Já o Livro Bege do Fed (Federal Reserve, o banco central
norte-americano), relatório sobre a conjuntura econômica
apresentado ontem, disse que
os Estados Unidos cresceram
de junho a agosto, mas que já há
sinais de desaceleração em várias regiões.
Com o mercado de mau humor, o fato de o Tesouro Nacional ter captado US$ 750 milhões por meio do lançamento
de bônus denominados em
reais no mercado internacional
pouco repercutiu entre os investidores.
Real forte
Mesmo com a alta de ontem,
o dólar ainda acumulada considerável baixa de 7,44% diante
do real no ano.
Ontem, o BC divulgou que os
bancos passaram a ficar "vendidos" em agosto, no valor de US$
979 milhões. Ou seja, em vez de
se comprometerem a comprar
dólares, as instituições pretendem vender a moeda. Quando
os bancos montam posições
vendidas em dólar, mostram
que confiam na queda da moeda estrangeira no futuro.
No final de julho, as instituições financeiras estavam "compradas" em US$ 1,781 bilhão no
mercado à vista de dólar -o
que indica que esperavam que o
real se desvalorizasse.
No mês passado, aproveitando o fluxo positivo de divisas
para o Brasil, o BC comprou
aproximadamente US$ 4,6 bilhões para reforçar as reservas
do país em moeda estrangeira.
Entre janeiro e agosto, essas
aquisições somaram US$ 23,5
bilhões -mais do que os US$
21,5 bilhões comprados ao longo de todo o ano passado.
Ontem, as reservas internacionais do país estavam em US$
71,566 bilhões, nível mais alto
registrado pelas estatísticas do
BC desde 1998. Embora a recomposição das reservas seja
apresentada pelo BC como o
motivo oficial para as compras
de dólares, essas operações
também afetam a taxa de câmbio, pois ajudam a impedir uma
queda mais acentuada na cotação da moeda dos EUA.
A tendência de valorização
do real reflete o forte ingresso
de capital estrangeiro no país,
conseqüência, principalmente,
das exportações. Em agosto, a
entrada líquida de dólares no
país ficou em US$ 1,291 bilhão.
Texto Anterior: Congresso: Lula quer que Senado vote lei das micro logo Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|