São Paulo, sexta-feira, 07 de setembro de 2007

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Especialistas dizem que alta pode continuar

DA SUCURSAL DO RIO
DA FOLHA ONLINE

O que foi a "ancora verde" da inflação em 2005 e 2006 se converteu em preocupação para o BC neste ano: os preços dos alimentos sobem com força e a expectativa de especialistas é que o choque fique por um longo período.
Segundo o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, a pressão é resultado da crescente demanda mundial por alimentos especialmente na China e na Índia, fruto da rápida urbanização e do aumento da renda.
"Aquela coisa fantástica da âncora verde que segurou a inflação em 2005 e 2006 não existe mais. Essa pressão dos alimentos veio para ficar."
O consumo também aumentou no país, lembra ele. "Graças a Deus, os pobres estão comendo mais no Brasil."
Para Carlos Thadeu de Freitas, do Grupo de Conjuntura da UFRJ, o "choque dos alimentos" persiste por um período mais longo do que se imaginava, comprometendo a inflação de 2008, que deve ficar em 4,6%, acima do centro da meta do BC.
Alguns alimentos sobem no acumulado do ano seguindo as cotações internacionais e o aumento da demanda. É o caso do leite pasteurizado (53,95%), do frango (6,01%), das carnes (4,22%), e do pão francês (4,44%). Somente em agosto, as carnes subiram 2,98%.
"Nos meses iniciais do ano, as lavouras foram muito prejudicadas pela chuva, o que atingiu a qualidade dos grãos e diminuiu a oferta. Mais recentemente, a entressafra do leite levou à menor oferta. A demanda interna e externa [pelo produto] também está muito forte. Isso pressionou a taxa dos alimentos em geral", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
Ela disse que os preços podem se manter pressionados nos próximos meses.


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