São Paulo, sexta-feira, 07 de setembro de 2007

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Para montadoras, Brasil ainda é pouco competitivo

Estudo da Anfavea compara país a outros emergentes

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que a despeito do forte crescimento do mercado interno informou ontem queda nas exportações, apresentou um estudo ao governo em que ressalta o risco de as montadoras brasileiras perderem terreno, em termos de atração de investimentos, para as fábricas de outros países.
Apesar do alerta, analistas do setor afirmam que o Brasil está hoje entre os países mais importantes para a indústria automobilística global, ao lado de outros emergentes, e que novos anúncios de investimentos devem se somar aos já feitos.
Em 2013, segundo a consultoria PriceWaterhouseCoopers, que elaborou o estudo, o Brasil pode chegar a uma produção anual de 5,1 milhões de veículos, uma alta de 10% ao ano. Mas é um cenário que, de acordo com a entidade, depende de reformas tributárias e de infra-estrutura logística.
A possibilidade menos otimista traçada pela consultoria para daqui a seis anos é uma produção de 3,7 milhões de unidades (alta anual de 5%).
"Algumas regiões do mundo são minas de atração de investimentos. Nosso desafio é entrar nesse jogo", afirmou Jackson Schneider, presidente da Anfavea. O estudo da consultoria aponta as deficiências do setor no Brasil em comparação com outros países emergentes.
Quando se olha o aumento da capacidade instalada em vários países, por exemplo, a projeção é de um crescimento brasileiro de 3,8% entre 2006 e 2012.
Países como Índia, China e Rússia devem crescer bem mais (respectivamente 21,2%, 19,4% e 13%). "Precisamos fortalecer nossas condições de competitividade no mercado externo", disse o executivo.
As soluções, segundo ele, serão discutidas em um grupo de estudos com o governo.
A entidade informou produção e vendas recorde no mercado interno em agosto e no acumulado dos primeiros oito meses do ano, resultado embalado pela explosão do financiamento de veículos e do alargamento dos prazos para pagamento.
Foram licenciados no mercado interno 235,3 mil veículos no mês passado, alta de 31,8% ante agosto de 2006 e de 8,2% em relação a julho deste ano. A produção foi de 279,7 mil veículos, alta de 14,5% ante mesmo mês de 2006 e de 5,1% ante julho. As exportações, por outro lado, afetadas pelo câmbio desfavorável, totalizaram US$ 1,14 bilhão no mês passado, queda de 2,5% na comparação com julho e crescimento de 6,4% ante agosto de 2006.


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