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Para montadoras, Brasil ainda é pouco competitivo
Estudo da Anfavea compara país a outros emergentes
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que a despeito do forte crescimento do
mercado interno informou ontem queda nas exportações,
apresentou um estudo ao governo em que ressalta o risco de
as montadoras brasileiras perderem terreno, em termos de
atração de investimentos, para
as fábricas de outros países.
Apesar do alerta, analistas do
setor afirmam que o Brasil está
hoje entre os países mais importantes para a indústria automobilística global, ao lado de
outros emergentes, e que novos
anúncios de investimentos devem se somar aos já feitos.
Em 2013, segundo a consultoria PriceWaterhouseCoopers, que elaborou o estudo, o
Brasil pode chegar a uma produção anual de 5,1 milhões de
veículos, uma alta de 10% ao
ano. Mas é um cenário que, de
acordo com a entidade, depende de reformas tributárias e de
infra-estrutura logística.
A possibilidade menos otimista traçada pela consultoria
para daqui a seis anos é uma
produção de 3,7 milhões de
unidades (alta anual de 5%).
"Algumas regiões do mundo
são minas de atração de investimentos. Nosso desafio é entrar
nesse jogo", afirmou Jackson
Schneider, presidente da Anfavea. O estudo da consultoria
aponta as deficiências do setor
no Brasil em comparação com
outros países emergentes.
Quando se olha o aumento da
capacidade instalada em vários
países, por exemplo, a projeção
é de um crescimento brasileiro
de 3,8% entre 2006 e 2012.
Países como Índia, China e
Rússia devem crescer bem
mais (respectivamente 21,2%,
19,4% e 13%). "Precisamos fortalecer nossas condições de
competitividade no mercado
externo", disse o executivo.
As soluções, segundo ele, serão discutidas em um grupo de
estudos com o governo.
A entidade informou produção e vendas recorde no mercado interno em agosto e no acumulado dos primeiros oito meses do ano, resultado embalado
pela explosão do financiamento de veículos e do alargamento
dos prazos para pagamento.
Foram licenciados no mercado interno 235,3 mil veículos
no mês passado, alta de 31,8%
ante agosto de 2006 e de 8,2%
em relação a julho deste ano. A
produção foi de 279,7 mil veículos, alta de 14,5% ante mesmo mês de 2006 e de 5,1% ante
julho. As exportações, por outro lado, afetadas pelo câmbio
desfavorável, totalizaram US$
1,14 bilhão no mês passado,
queda de 2,5% na comparação
com julho e crescimento de
6,4% ante agosto de 2006.
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