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BARRIL DE PÓLVORA
Presidente da venezuelana prevê mínimo de US$ 30 o barril
Para PDVSA, óleo só cairá em 2005
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da estatal venezuelana de petróleo PDVSA, Alí Rodriguez, previu ontem no Rio que
o preço do barril só cairá a partir
do segundo trimestre de 2005. A
queda, disse ele, será lenta e a cotação não ficará abaixo do patamar de US$ 30 o barril.
"Ainda vamos conviver com
um preço alto até o final deste ano
e no início de 2005", afirmou Rodriguez, que está no Brasil para
participar da Rio Oil & Gas.
Para ele, o fator mais importante para a alta do preço do óleo é a
"especulação do mercado futuro"
de petróleo, que negocia "irreais"
160 milhões de barris de óleo por
dia. Somada a produção de óleo
dos países da Opep (Organização
dos Países Exportadores de Petróleo) -30 milhões de barris/dia-
e dos não pertencentes ao cartel
-54 milhões de barris/dia-, a
extração mundial é de cerca de 84
milhões de barris/dia.
Na visão dele, não há um desequilíbrio entre oferta e demanda
que justifique a disparada das cotações do óleo, já que o consumo
total é de 81 milhões de barris/dia.
Portanto, há uma sobreoferta de 3
milhões de barris diários.
Dois outros fatores, segundo
ele, também puxam os preços para cima: a crise geopolítica, deflagrada pela invasão do Iraque, e o
descompasso entre oferta e consumo nos Estados Unidos, que
importam cada vez mais petróleo.
Para Rodriguez, a saída para
países como Brasil e Venezuela é
tentar valorizar ao máximo o preço do óleo pesado (produzido nos
dois países).
Negócios
Rodriguez também falou de
oportunidades de negócios da
PDVSA no Brasil e na América do
Sul. Citou as conversas ainda não
conclusivas com a Ipiranga, que
estaria disposta a se desfazer de
sua rede de postos (a segunda
maior do Brasil) e seus ativos petroquímicos. Segundo ele, não
ocorreram, porém, negociações
formais entre as duas companhias.
A Ipiranga nega que tenha havido qualquer negociação com a estatal venezuelana.
Rodriguez mencionou também
a possibilidade de adquirir a rede
de postos da Shell na Argentina.
Nesse caso também, diz ele, não
há nada de concreto. "Estamos
analisando essas oportunidades",
afirmou.
O presidente da PDVSA disse
ainda que esteve reunido com representantes do governo do Rio,
que ofereceu incentivos fiscais para a PDVSA, uma das maiores
produtoras de óleo do mundo,
instalar uma refinaria no Estado.
O negócio, diz, está "em estudo".
A PDVSA produz hoje 3,1 milhões de barris/dia.
Apesar da oferta do Rio, Rodriguez não descartou a possibilidade de investir numa refinaria em
Pernambuco, na área do porto de
Suape. Já existe um protocolo assinado com o governo local.
Ele falou da possibilidade de
troca de tecnologia entre a Petrobras e a PDVSA e a criação da Petroamérica, um sonho do presidente venezuelano Hugo Chávez,
que reuniria, além das duas, a Pemex (México).
Numa reunião com a diretoria
da Petrobras na manhã de ontem,
ficou acertada a cooperação da estatal brasileira na área de exploração em águas profundas, em troca
do fornecimento de tecnologia de
refino de óleo pesado da PDVSA.
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