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Garantia de empréstimo indica sinal de acordo na BrT
Acionistas e Anatel estariam negociando afastamento de italianos do conselho
Brasil Telecom obtém financiamento após
ter perda de receita e resultado pior que o de concorrentes do setor
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão tomada por sete
grandes bancos de garantir o
risco de crédito no empréstimo
de R$ 2,1 bilhões feito pelo
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) à Brasil Telecom foi entendida por especialistas em telecomunicações como sinal de
entendimento, mesmo que
temporário, entre os sócios da
operadora, segundo a Folha
apurou.
Até o final do mês, deve ser
anunciado o afastamento da
Telecom Italia do Conselho da
Brasil Telecom e a constituição
de um fundo fiduciário para
abrigar as ações que os italianos possuem na companhia.
A solução, que tem caráter
provisório, está sendo negociada entre os acionistas da Brasil
Telecom e a Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações).
De acordo com pessoas ligadas à negociação, os italianos
desistiram de vender sua participação por conta da situação
difícil que enfrentam em seu
país de origem.
Na Europa, a Telecom Italia
anunciou no mês passado um
plano de reestruturação mal
recebido pelo governo e protagoniza uma série de acusações
de espionagem e de repasse de
recursos a consultores que facilitariam o acesso da empresa
a executivos e governos de outros países.
Assim, a Telecom Italia teme
negociar sua fatia na Brasil Telecom de forma açodada e em
condições desfavoráveis.
A Brasil Telecom é a empresa de telefonia fixa que atua nas
regiões Norte, Centro-Oeste e
Sul. Seu comando é disputado
por quatro grupos: Citigroup,
fundos de pensão, Telecom Italia e Opportunity.
Citi e fundos têm acordo de
desinvestimento conjunto e indicaram os atuais executivos
que administram a Brasil Telecom. Até 30 de setembro de
2005, a operadora era gerida
por nomes escolhidos pelo grupo Opportunity, de Daniel
Dantas, afastado por decisão
judicial a pedido dos fundos.
A Brasil Telecom tem mostrado um desempenho abaixo
do das suas principais concorrentes -Telemar (Nordeste,
Norte e Sudeste) e Telefônica
(São Paulo).
Em 31 de dezembro de 2004,
o valor de mercado da Brasil
Telecom era de R$ 8,2 bilhões.
Baixou para R$ 7,1 bilhões em
29 de dezembro de 2005. A
preços de mercado, ontem, a
companhia valia R$ 7,5 bilhões.
Receita menor
Os últimos dados contábeis
divulgados pela Brasil Telecom, relativos ao segundo trimestre deste ano, informam
que a receita líquida total (dinheiro que entra no caixa da
empresa descontado os impostos) da concessionária caiu
2,9% ante igual período de
2005. Em igual intervalo de
tempo, a receita líquida da Telemar diminuiu 1,5%. A da Telefônica aumentou 2,1%.
A receita bruta, demonstrativo da efetiva arrecadação da
empresa, da Brasil Telecom
despencou 8% no cotejo entre o
segundo trimestre de 2005 e o
deste ano.
A queda no caso da Telemar
foi de 2,1%, mesmo percentual
registrado pela Telefônica.
No período, o número de ligações locais contabilizadas pela Brasil Telecom foi achatado
em 14%. As chamadas de longa
distância foram reduzidas em
15,4%.
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