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Argentina muda trigo, mas Brasil ainda critica
Contrabando do produto levou brasileiros a pressionar por mudanças do vizinho
Pré-mistura e farinha
argentinas agora pagam
10% para serem exportadas,
mas a do trigo é de 20%, prejudicial a moinhos daqui
DA REUTERS
Sob pressão do Brasil, que
procura evitar contrabando, a
Argentina mudou as taxas de
exportação de alguns de seus
derivados de trigo. Mas elas ficaram mais baixas do que a taxa
de exportação do trigo, o que
torna a farinha argentina mais
competitiva que a brasileira.
O imposto de exportação para o Mercosul da pré-mistura
de trigo passou de 5% para 10%.
A taxa de exportação de farinha
de trigo foi reduzida em dez
pontos e equiparada à da pré-mistura.
Segundo uma investigação
feita por autoridades do Brasil,
foi detectado o ingresso no país
de farinha de trigo sob classificação de pré-mistura, que tinha
imposto menor que a farinha.
A medida do governo argentino foi tomada depois de reiterados pedidos da associação de
moinhos do Brasil (Abitrigo)
para que as autoridades brasileiras coibissem a prática de
contrabando.
A mudança, entretanto, foi
considerada insatisfatória pelos moinhos brasileiros. Isso
porque, por conta da taxa de
20% cobrada para a sua exportação, o trigo argentino é cotado hoje a US$ 190 por tonelada
para o importador, enquanto o
moinho argentino paga US$
165 por tonelada.
"Vai continuar entrando no
Brasil farinha pagando 10% a
menos de imposto [em relação
ao trigo]", disse o presidente-executivo da Abitrigo, Samuel
Hosken, admitindo que a medida, pelo menos, deverá coibir o
contrabando.
Para Hosken, os argentinos
deveriam dar um tratamento
preferencial à indústria do Brasil, que compra grande parte da
produção do grão argentino.
Na safra 2006/07, dos 7,9 milhões de toneladas de trigo que
a indústria brasileira poderia
comprar no exterior, 6,4 milhões de toneladas seriam adquiridas na Argentina, segundo
a Abitrigo.
"Os moinhos gastariam ao
todo com essas importações
US$ 1,2 bilhão", afirmou Hosken, salientando que se trata de
uma receita expressiva.
"Queremos medidas compensatórias ou a aplicação da
lei antidumping", disse o executivo, lembrando que o Chile
já aplica um imposto de importação de 17% para restringir a
entrada da farinha argentina.
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