|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-ministro Luiz Furlan volta a presidir o conselho da Sadia
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ministro Luiz Fernando Furlan voltou ontem ao cargo de presidente do Conselho
de Administração da Sadia.
Furlan foi convocado após a renúncia de Walter Fontana Filho do cargo. O vice-presidente,
Eduardo Fontana d'Avila, também renunciou ao posto.
"Walter e Eduardo se afastaram para que não houvesse nenhuma dúvida sobre a liberdade e a transparência na investigação", diz Furlan. "Assim,
afasta-se qualquer dúvida que
acionistas e mercado possam
ter a respeito das perdas."
Há duas semanas, a Sadia
anunciou prejuízo de R$ 760
milhões, em razão de operações financeiras ligadas ao
câmbio. A empresa comprava
papéis prevendo que o real iria
se fortalecer, mas, com a alta do
dólar, teve prejuízo. Ontem, a
Standard & Poor's anunciou o
rebaixamento do "rating" de
crédito corporativo de longo
prazo da Sadia de BB+ para BB.
Adriano Ferreira, diretor financeiro da empresa, e Álvaro
Ballejo, gerente de finanças, foram demitidos por causa das
operações. Como respondiam
diretamente ao Conselho de
Administração -e não à presidência-executiva-, os principais conselheiros também
apresentaram sua renúncia.
"As operações agressivas [no
mercado financeiro] são práticas do passado", afirma Furlan.
"Estamos voltando às origens e
recompondo a equipe dentro
de um novo comando e com diretrizes mais tradicionais."
Segundo Furlan, a auditoria
feita pela KPMG deverá ser
concluída na próxima semana.
Numa apresentação preliminar
feita a ele ontem, com depoimentos assinados por funcionários da tesouraria, foi constatado que houve conivência entre pessoas que conheciam as
operações irregulares e que evitaram que chegassem ao conhecimento do comitê financeiro e do conselho.
No dia em que o conselho
soube das operações, foram
desfeitas operações no valor de
R$ 300 milhões, disse ele. "Se
tivessem nos apresentado dias
antes, a gravidade seria muito
menor", diz ele. "Assim que o
relatório for concluído, tomaremos providências legais."
De acordo com ele, a Sadia irá
verificar se os contratos assinados têm validade e responsabilizar legalmente os responsáveis pelas perdas. O departamento financeiro responderá à
presidência executiva.
Texto Anterior: Companhias anunciam suspensão de aquisições Próximo Texto: Artigo: Os efeitos não-intencionais das hipotecas de 105% Índice
|