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Gestão Lula contratou 44 servidores por dia
De 2003 a maio deste ano, foram 160,7 mil contratados; em oito anos de FHC, foram fechadas 97,3 mil vagas, ou 33 por dia
Gastos com a folha salarial dos funcionalismo devem somar R$ 153,8 bi no ano, superando pela primeira vez, desde 1995, 5% do PIB
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Estudo feito pelo Ministério
do Planejamento mostra que,
entre 2003 e maio de 2009, foi
autorizado o preenchimento de
160,7 mil vagas por meio de
concursos, das quais 103,8 mil
foram efetivamente ocupadas.
Ou seja, o governo Lula contratou, em média, 44,3 servidores
por dia nos últimos seis anos e
cinco meses.
Como parte dos contratados
substituiu servidores aposentados, mortos ou excluídos da
carreira pública por outros motivos, houve o aumento líquido
de 57,1 mil funcionários civis
no Executivo federal, que conta
atualmente com 542.843 postos ativos, o maior número desde 1996 -se forem incluídos os
poderes Legislativo e Judiciário, o total de servidores ativos
sobe para 661 mil.
Desde a posse de Lula, o Brasil criou uma média de 24,3 novos postos no Executivo federal
por dia. O número contrasta
com o resultado do governo
Fernando Henrique Cardoso,
cuja redução de 97,3 mil funcionários é equivalente ao fechamento de 33,2 vagas a cada
dia dos oito anos de mandato
do tucano (1995-2002).
O crescimento de 11,75% no
número de vagas criadas no
Executivo desde 2003 supera
inclusive a estimativa do IBGE
para o aumento populacional,
de apenas 7,12% no período.
Educação e segurança
No estudo, o ministério argumenta que o aumento de pessoal tem como objetivo melhorar o desempenho da administração pública e suprir carências de áreas em expansão, como a educação. O setor foi o que
apresentou maior crescimento,
com a abertura de 29,2 mil vagas no período, sendo 14,8 mil
para professores.
Também houve aumento
considerável nas carreiras ligadas ao Ministério da Justiça,
sobretudo para a Polícia Federal, onde houve a criação de
3.631 postos para agentes, escrivães, delegados e peritos.
Mas, enquanto a saúde foi
contemplada com o aumento
de apenas 1.410 servidores, a
AGU (Advocacia-Geral da
União) recebeu o incremento
de 7.233 profissionais, entre
procuradores e advogados.
Segundo o estudo, o reforço
seria imprescindível "em virtude da necessidade de boa defesa
judicial para fazer frente ao
constante crescimento das lides envolvendo a União".
Procurado, o Ministério do
Planejamento não havia comentado os dados do estudo
até o fechamento desta edição.
Para Felipe Salto, economista da Consultoria Tendências,
ainda que a divulgação dos dados tenha um importante fator
de conferir transparência à administração federal, a ampliação da máquina pública não é
justificável. "Aumentar ainda
mais o excesso de servidores
cria um impacto nas despesas
que se manterá nos próximos
anos", explica.
Segundo a previsão do governo, os gastos com a folha salarial dos funcionários públicos
devem bater na casa dos R$
153,8 bilhões em 2009, ultrapassando pela primeira vez,
desde 1995, a marca de 5% do
PIB. Salto alerta que essa conta
pode estourar durante as próximas gestões.
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