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Bolsa ensaia queda, mas ganha fôlego e sobe 0,5%
Dia foi de alta no exterior;
dólar recua para R$ 1,752
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa ameaçou recuar
na tarde de ontem. Mas os investidores mostraram que ainda há apetite para as ações brasileiras. Com valorização de
0,48%, a Bolsa de Valores de
São Paulo alcançou os 62.670
pontos, o seu maior nível desde
julho de 2008.
No mercado de câmbio, o dólar desceu a R$ 1,752, após baixa de 0,51%. Em sua mais baixa
cotação em 12 meses, a moeda
norte-americana acumula depreciação de 24,9% em 2009.
O fluxo de recursos externos
para o país segue como importante motor dos resultados que
o mercado tem registrado.
Após a entrada de R$ 4,04 bilhões na Bolsa em setembro -o
segundo melhor resultado
mensal do ano-, mais dinheiro
tem vindo para o mercado doméstico, segundo operadores.
A oferta de ações promovida
pelo Santander deve, segundo
estimativas do mercado, ter tido forte participação dos estrangeiros, o que vai representar a entrada de mais dólares no
país. A participação dos estrangeiros nas ofertas públicas de
ações feitas neste ano tem ficado em torno de 55% do total.
Com o clima menos tenso no
exterior, os investidores globais têm ficado mais tentados a
aplicar em ativos de maior risco, como é o caso das ações. Esse cenário tem beneficiado especialmente o Brasil, que tem
se recuperado mais rapidamente da crise.
O mercado internacional teve um dia de recuperação, ontem. A elevação dos juros pelo
Banco Central da Austrália teve
um importante caráter simbólico por ser a primeira grande
economia a elevar as taxas desde o começo da crise.
O índice Dow Jones, que reúne 30 das mais negociadas
ações americanas, subiu 1,37%.
Para a Bolsa eletrônica Nasdaq,
os ganhos ficaram em 1,71%.
Em Londres, mesmo com a
divulgação da queda de 2,5% na
produção industrial do Reino
Unido em agosto, a Bolsa teve
alta de 2,26%. Frankfurt fechou
com ganhos de 2,70%.
O petróleo em alta, que ficou
acima dos US$ 71 em boa parte
do dia, favoreceu as Bolsas.
Ações de petrolíferas terminaram com ganhos nos principais
mercados financeiros. O barril
de petróleo subiu 0,67%, para
US$ 70,88 em Nova York.
Em Londres, as ações da Royal Dutch Shell subiram 3,09%.
Em Wall Street, a alta da Exxon
Mobil ficou em 1,60%.
No pregão local, as ações da
Petrobras tiveram altas mais
modestas: 0,87% (ordinárias) e
0,11% (preferenciais).
Mesmo com o resultado menos expressivo de Petrobras,
que é a maior companhia listada na Bolsa, o índice Ibovespa
chegou a superar os 63 mil pontos durante o pregão de ontem
-bateu em 63.291 pontos na
máxima. Nesse patamar, muitos investidores ficaram tentados a se desfazer de ações para
embolsar os ganhos. Todavia,
esse movimento, chamado de
realização de lucros, durou
pouco e a Bolsa não se manteve
por muito tempo no vermelho.
A pontuação da Bolsa oscila
com o preço das ações. A atual
pontuação mostra que os papéis estão, na média, em sua
máxima em cerca de 14 meses.
Dentre as ações de maior peso do Ibovespa, Gerdau PN voltou a se destacar e fechou com
alta de 2,01%. Aos R$ 25,30, o
papel já subiu 9,5% apenas nos
últimos três pregões, estando
em seu maior preço em cerca
de um ano. A empresa foi uma
das que atraíram os olhares dos
investidores após a definição
do Rio de Janeiro como sede da
Olimpíada de 2016.
Na interpretação do mercado, a Gerdau pode ser uma das
grandes beneficiadas com a
realização do evento, por ser
importante fornecedora de aço
para o setor de construção civil.
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