São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

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Bolsa ensaia queda, mas ganha fôlego e sobe 0,5%

Dia foi de alta no exterior; dólar recua para R$ 1,752

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa ameaçou recuar na tarde de ontem. Mas os investidores mostraram que ainda há apetite para as ações brasileiras. Com valorização de 0,48%, a Bolsa de Valores de São Paulo alcançou os 62.670 pontos, o seu maior nível desde julho de 2008.
No mercado de câmbio, o dólar desceu a R$ 1,752, após baixa de 0,51%. Em sua mais baixa cotação em 12 meses, a moeda norte-americana acumula depreciação de 24,9% em 2009.
O fluxo de recursos externos para o país segue como importante motor dos resultados que o mercado tem registrado. Após a entrada de R$ 4,04 bilhões na Bolsa em setembro -o segundo melhor resultado mensal do ano-, mais dinheiro tem vindo para o mercado doméstico, segundo operadores.
A oferta de ações promovida pelo Santander deve, segundo estimativas do mercado, ter tido forte participação dos estrangeiros, o que vai representar a entrada de mais dólares no país. A participação dos estrangeiros nas ofertas públicas de ações feitas neste ano tem ficado em torno de 55% do total.
Com o clima menos tenso no exterior, os investidores globais têm ficado mais tentados a aplicar em ativos de maior risco, como é o caso das ações. Esse cenário tem beneficiado especialmente o Brasil, que tem se recuperado mais rapidamente da crise.
O mercado internacional teve um dia de recuperação, ontem. A elevação dos juros pelo Banco Central da Austrália teve um importante caráter simbólico por ser a primeira grande economia a elevar as taxas desde o começo da crise.
O índice Dow Jones, que reúne 30 das mais negociadas ações americanas, subiu 1,37%. Para a Bolsa eletrônica Nasdaq, os ganhos ficaram em 1,71%.
Em Londres, mesmo com a divulgação da queda de 2,5% na produção industrial do Reino Unido em agosto, a Bolsa teve alta de 2,26%. Frankfurt fechou com ganhos de 2,70%.
O petróleo em alta, que ficou acima dos US$ 71 em boa parte do dia, favoreceu as Bolsas. Ações de petrolíferas terminaram com ganhos nos principais mercados financeiros. O barril de petróleo subiu 0,67%, para US$ 70,88 em Nova York.
Em Londres, as ações da Royal Dutch Shell subiram 3,09%. Em Wall Street, a alta da Exxon Mobil ficou em 1,60%.
No pregão local, as ações da Petrobras tiveram altas mais modestas: 0,87% (ordinárias) e 0,11% (preferenciais).
Mesmo com o resultado menos expressivo de Petrobras, que é a maior companhia listada na Bolsa, o índice Ibovespa chegou a superar os 63 mil pontos durante o pregão de ontem -bateu em 63.291 pontos na máxima. Nesse patamar, muitos investidores ficaram tentados a se desfazer de ações para embolsar os ganhos. Todavia, esse movimento, chamado de realização de lucros, durou pouco e a Bolsa não se manteve por muito tempo no vermelho.
A pontuação da Bolsa oscila com o preço das ações. A atual pontuação mostra que os papéis estão, na média, em sua máxima em cerca de 14 meses.
Dentre as ações de maior peso do Ibovespa, Gerdau PN voltou a se destacar e fechou com alta de 2,01%. Aos R$ 25,30, o papel já subiu 9,5% apenas nos últimos três pregões, estando em seu maior preço em cerca de um ano. A empresa foi uma das que atraíram os olhares dos investidores após a definição do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016.
Na interpretação do mercado, a Gerdau pode ser uma das grandes beneficiadas com a realização do evento, por ser importante fornecedora de aço para o setor de construção civil.


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