São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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Coordenador negociará com FMI

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo informou ao FMI que o coordenador da equipe petista de transição de governo, Antônio Palocci Filho, vai liderar a equipe de interlocutores do partido para acompanhar as negociações com o FMI.
Está previsto, para a semana que vem, um encontro entre Palocci e os técnicos do Fundo. Provavelmente o PT escalará outros nomes para participar das conversas com o FMI.
André Singer, porta-voz do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem, no entanto, que Lula só tratará do assunto no final de semana. "Tudo o que diz respeito a essa missão será estudado pelo presidente eleito no fim de semana."
A equipe do Fundo deve chegar a Brasília neste domingo, para iniciar a primeira revisão do último acordo com o país já na segunda-feira. As negociações com o Brasil serão comandadas pelo economista argentino Jorge Marquez-Ruarte, diretor-assistente do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo.
Ruarte integra a chamada "linha dura" do FMI. Foi encarregado da economia brasileira recentemente, no lugar de Lorenzo Perez, também diretor-assistente do mesmo departamento. Foi Perez quem liderou as últimas missões do FMI ao Brasil.
Ruarte foi levado para o cargo pelo novo diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental, o indiano Anoop Singh, também identificado pelo perfil mais ortodoxo. Ruarte será acompanhado por Perez e por quatro ou cinco técnicos do Fundo.
O FMI gostaria que o PT participasse mais ativamente dessa primeira revisão, já que a maior parte dos desdobramentos do acordo se dará em 2003, na administração de Lula.
O Fundo preferiria também que o governo eleito já tivesse anunciado os nomes dos novos ministro da Fazenda e presidente do Banco Central a tempo de os dois acompanharem a revisão do acordo.
Será a primeira revisão do acordo fechado pelo Brasil com o FMI em agosto passado, pelo qual o país obteve empréstimo de US$ 30 bilhões. Já foram liberados US$ 3 bilhões. A liberação da próxima parcela de US$ 3 bilhões depende do cumprimento das metas previstas no acordo.
Tanto a equipe econômica do atual governo como o PT esperam que os técnicos do Fundo exijam maior esforço fiscal do país. A meta de superávit primário (economia de receitas para o pagamento de juros da dívida pública) para 2003 é de 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto).


Colaboraram Marcio Aith, de Washington, e Flávia Sanches, da Sucursal de Brasília

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