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Coordenador negociará com FMI
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo informou ao FMI
que o coordenador da equipe petista de transição de governo, Antônio Palocci Filho, vai liderar a
equipe de interlocutores do partido para acompanhar as negociações com o FMI.
Está previsto, para a semana
que vem, um encontro entre Palocci e os técnicos do Fundo. Provavelmente o PT escalará outros
nomes para participar das conversas com o FMI.
André Singer, porta-voz do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da
Silva, disse ontem, no entanto,
que Lula só tratará do assunto no
final de semana. "Tudo o que diz
respeito a essa missão será estudado pelo presidente eleito no fim
de semana."
A equipe do Fundo deve chegar
a Brasília neste domingo, para iniciar a primeira revisão do último
acordo com o país já na segunda-feira. As negociações com o Brasil
serão comandadas pelo economista argentino Jorge Marquez-Ruarte, diretor-assistente do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo.
Ruarte integra a chamada "linha dura" do FMI. Foi encarregado da economia brasileira recentemente, no lugar de Lorenzo Perez, também diretor-assistente do
mesmo departamento. Foi Perez
quem liderou as últimas missões
do FMI ao Brasil.
Ruarte foi levado para o cargo
pelo novo diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental,
o indiano Anoop Singh, também
identificado pelo perfil mais ortodoxo. Ruarte será acompanhado
por Perez e por quatro ou cinco
técnicos do Fundo.
O FMI gostaria que o PT participasse mais ativamente dessa primeira revisão, já que a maior parte dos desdobramentos do acordo
se dará em 2003, na administração de Lula.
O Fundo preferiria também que
o governo eleito já tivesse anunciado os nomes dos novos ministro da Fazenda e presidente do
Banco Central a tempo de os dois
acompanharem a revisão do
acordo.
Será a primeira revisão do acordo fechado pelo Brasil com o FMI
em agosto passado, pelo qual o
país obteve empréstimo de US$
30 bilhões. Já foram liberados US$
3 bilhões. A liberação da próxima
parcela de US$ 3 bilhões depende
do cumprimento das metas previstas no acordo.
Tanto a equipe econômica do
atual governo como o PT esperam que os técnicos do Fundo
exijam maior esforço fiscal do
país. A meta de superávit primário (economia de receitas para o
pagamento de juros da dívida pública) para 2003 é de 3,75% do PIB
(Produto Interno Bruto).
Colaboraram Marcio Aith,
de Washington, e Flávia Sanches,
da Sucursal de Brasília
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