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Bradesco abate compras e lucra R$ 219 mi
Sem considerar aquisições, lucro do maior banco privado do país vai a R$ 4,7 bi no ano; carteira de crédito cresce 22%
Instituição segue o Itaú e usa o balanço do terceiro trimestre para amortizar operações recentes como compra da Amex no país
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco, o maior banco
privado do país, seguiu o rival
Itaú e aproveitou o terceiro trimestre do ano para amortizar
aquisições feitas nos últimos
tempos. Dessa forma, o lucro líquido do banco entre julho e setembro deste ano encolheu
consideravelmente.
Mesmo assim, o Bradesco registrou lucro líquido de R$ 219
milhões no terceiro trimestre
do ano. Se for desconsiderado o
efeito da amortização do ágio
das operações de compra de
instituições feitas pelo Bradesco, o lucro ficaria em R$ 1,611
bilhão no trimestre.
Mesmo com os descontos, o
lucro do Bradesco acumulado
no ano é expressivo: R$ 3,35 bilhões entre janeiro e setembro.
Sem o efeito das amortizações
do terceiro trimestre, o lucro líquido ajustado do banco no ano
bateria em R$ 4,74 bilhões.
Márcio Cypriano, presidente
do Bradesco, explicou que todo
o estoque de ágio que o banco
tinha foi amortizado. Grande
parte do ágio se refere à compra
das operações da American Express no país, por US$ 490 milhões, feita em março. Operações mais antigas, como as envolvendo o Banco do Estado do
Ceará, o Mercantil e o BCN
também entraram no cálculo.
"O Bradesco aproveitou o
momento e, na esteira do Itaú,
também amortizou os ágios
que podia. Já que os dois maiores bancos privados decidiram
fazer isso ao mesmo tempo, é
provável que o Unibanco também realize as amortizações
que puder em seu balanço do
terceiro trimestre", afirmou
Edson Carminatti, analista financeiro do Inepad (Instituto
de Ensino e Pesquisa em Administração).
O Unibanco anuncia seus resultados na quinta-feira.
O Itaú registrou lucro de R$
71 milhões no terceiro trimestre, devido ao efeito negativo de
R$ 1,76 bilhão da compra do
BankBoston no país.
Força do crédito
O Bradesco mostrou em seu
balanço que a continuidade da
expansão da carteira de crédito
segue sendo fundamental para
seu resultado.
"O crédito está exatamente
em linha com nossas expectativas, de crescimento entre 22%
e 25% neste ano", diz Cypriano.
A carteira de crédito da instituição chegou ao fim de setembro totalizando R$ 92,01 bilhões -aumento de 22,3% em
12 meses. O segmento de pessoa física cresceu um pouco
acima da média (27% no período), totalizando R$ 38,8 bilhões
no fim do terceiro trimestre.
A maior concessão de crédito
à pessoa física -que carrega
mais riscos- fez com que o
Bradesco sentisse um crescimento na inadimplência total.
De 2,6% da carteira em setembro de 2005, o índice de inadimplência -considerando
operações vencidas acima de
90 dias- foi a 3,4% em setembro último.
"Houve uma mudança de
perfil [na carteira], com crescimento de pessoa física. Mas a
partir de agosto já sentimos
uma estabilização na inadimplência. E agora notamos uma
pequena redução", disse o presidente do Bradesco.
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