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Itaú bate Bradesco e lucra R$ 6,4 bi
Banco atribui resultado recorde à expansão do crédito para pessoa física e à queda na inadimplência
Instituição teve perdas de
R$ 64 mi em operações de tesouraria decorrentes da instabilidade no mercado no terceiro trimestre de 2007
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O banco Itaú acumulou lucro
líquido de R$ 6,444 bilhões de
janeiro a setembro deste ano,
resultado superior aos R$ 5,817
bilhões apurados pelos Bradesco no mesmo período, até então
o maior do sistema financeiro.
Segundo Silvio Carvalho, diretor-executivo de Controladoria do Itaú, o resultado se deve
ao crescimento das operações
de crédito, especialmente para
pessoa física, aliado a uma diminuição da inadimplência,
que caiu de 5,1% para 4,7%.
O lucro acumulado pelo Itaú
no ano é 112% maior do que o
registrado no mesmo período
de 2006. O resultado no ano inclui ganhos extraordinários de
R$ 1,020 bilhão com a venda da
participação na Redecard, de
R$ 490 milhões com a Serasa e
de R$ 75 bilhões obtidos no leilão da antiga sede do BankBoston. Sem esses ganhos, o crescimento seria de 60,4%.
O banco terá um ganho de
mais R$ 239 milhões com a
oferta de ações da Bovespa no
quarto trimestre. No terceiro
trimestre, o banco teve lucro de
R$ 2,427 bilhões, resultado
14,8% maior do que os R$ 2,114
bilhões do segundo trimestre.
Em apenas nove meses, o lucro do Itaú já superou, inclusive, todos os resultados anuais já
alcançados pelos bancos no
país, segundo levantamento da
consultoria Economática. Até
então, o maior resultado (ajustado pelo IPCA) havia sido de
R$ 6,224 bilhões, obtidos pelo
Banco do Brasil, em 2006.
O banco Itaú teve perdas de
R$ 64 milhões no terceiro trimestre em operações de Tesouraria decorrentes da crise
nos mercados. No mesmo período do ano passado, o banco
teve ganhos de R$ 149 milhões.
As perdas foram compensadas
pelo ganho de R$ 253 milhões
com o câmbio no período.
Para Silvio Carvalho, o impacto das perdas no atacado é
"irrelevante" no resultado do
banco. No acumulado dos primeiros nove meses de 2007, as
operações de tesouraria somaram ganhos de R$ 875 milhões,
contra R$ 627 milhões no mesmo período de 2006.
"Tesouraria é volátil mesmo.
Ganhamos bastante no primeiro semestre e agora perdemos
um pouquinho. A crise surpreende e se mostra mais forte
do que se esperava, com impactos no mercado difícil de medir,
que aparecerão ainda no quarto
trimestre", disse Carvalho.
A carteira de crédito cresceu
26,9% e atingiu R$ 114 bilhões
de setembro do ano passado a
setembro deste ano, acima da
média de 20% do restante do
mercado. Sozinha, a carteira do
segmento de pessoa física cresceu 31,3% no período, se forem
excluídas as operações direcionadas e fora do país.
No período, o destaque ficou
para o crescimento de 41,9% no
financiamento e leasing de veículos. As operações de crédito
do Itaú permitiram um resultado bruto de intermediação financeira de R$ 11,346 bilhões
de janeiro a setembro -um
crescimento de 23,3% em relação a 2006.
Apenas a receita com a prestação de serviços, que inclui tarifas bancárias, bateu em R$
7,051 bilhões, mais do que suficiente para cobrir os gastos de
R$ 3,966 bilhões com a folha de
pagamento no período.
O banco, no entanto, ressalta
que a receita com serviços cresceu 12,9% -abaixo do ritmo de
expansão de sua receita com
crédito. "Em setembro, reduzimos em até 12% o valor das tarifas. A redução foi bem recebida nas pesquisas de mercado."
O executivo preferiu não comentar o acirramento da concorrência no setor, após a compra do banco Real pelo Santander. "Estamos tocando nossa
vida, focados no negócio e na situação ímpar do [crédito no]
Brasil", disse Carvalho.
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