São Paulo, quarta-feira, 07 de novembro de 2007

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Incentivo a GNV deve ser revisto, diz Tolmasquim

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, defendeu que os incentivos dados pelos Estados ao consumo de GNV (gás natural veicular) sejam revistos.
Segundo Tolmasquim, há um contra-senso ao se incentivar um combustível dependente de importação quando o país é um dos principais produtores de álcool no mercado mundial.
"Há um contra-senso aí. Em um país em que o etanol é exemplo mundial, não se deve dar incentivo para se consumir algo que se não tem. Isso eu acho que não é sustentável. Terá que se revisto", afirmou.
O presidente da EPE classificou as políticas de incentivo ao GNV, por parte dos Estados, de "populismo energético" e disse que não se deve incentivar combustível por um preço impagável que depois não haverá condições de ser mantido.
Tolmasquim reiterou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os consumidores que converteram seus carros ao GNV serão atendidos. Ele disse que estes consumidores seguiram "de uma forma ou de outra" políticas estaduais.
"A gente tem que tentar atender de qualquer forma o pessoal que fez a mudança para o GNV", disse.
"Ele [o consumidor] terá que ser respeitado. Vai ter que se achar alguma forma de ele ter acesso ao gás."
Tolmasquim lembrou que as taxas de crescimento do mercado de GNV são bastante altas em relação à economia do país. Segundo ele, desde 2002 o GNV vem crescendo em média 14% ao ano. Para 2007, a projeção é de expansão de 17%.
"Não tem nenhum recurso natural que possa crescer cinco vezes mais do que a economia do país", explicou.


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