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Previdência pode restringir pensões, afirma ministro
INSS estuda mudar concessão do benefício a quem tem pouco tempo de contribuição
Após reunião de 4 horas com Lula, Nelson Machado diz que governo quer medidas
que ajudem na gestão e que já descartou reforma ampla
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Previdência
Social está estudando mudanças nas regras para restringir a
concessão de pensões pelo
INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social). De acordo com
o ministro Nelson Machado, o
governo vai identificar as situações que levam ao pagamento
do benefício a pessoas que contribuíram por muito pouco
tempo à Previdência.
"Não temos ainda um estudo
aprofundado e não há definição. Estamos trabalhando em
medidas que têm como referencial alterações na legislação
que ajudam na gestão da Previdência", afirmou o ministro
após reunião de quatro horas
com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Hoje, um beneficiário aposentado pode acumular o recebimento de uma pensão por falecimento do cônjuge e não há
tempo mínimo de contribuição
para garantir o benefício.
Machado também negou que
o governo esteja discutindo
mudar a Constituição para fixar uma idade mínima para as
aposentadorias concedidas pelo INSS. Hoje, na aposentadoria por tempo de contribuição,
basta contribuir por 30 anos,
no caso da mulher, ou 35 anos,
no caso do homem. Não há exigência de idade mínima.
De acordo com o ministro, a
idade mínima faz parte de uma
nova reforma da Previdência e
isso já foi descartado pelo presidente Lula durante a campanha eleitoral. "O presidente já
disse que isso é algo que se faz
de tempo em tempo e não é o
caso da pauta agora", afirmou
Machado.
Entre as medidas para melhorar a gestão da Previdência,
foco das discussões sobre o pacote fiscal de longo prazo que
será anunciado pelo presidente
Lula até o fim do mês, Machado
discutiu a redução das filas nos
postos do INSS, uma promessa
feita por Lula que ainda não foi
totalmente cumprida.
As filas, que em novembro do
ano passado tinham 80 pessoas
em média, caíram para 20. De
acordo com o ministro, há problemas apenas localizados. "As
questões sistêmicas foram resolvidas, como horário ampliado, tecnologia e atendimento à
distância, mas ainda não conseguimos cumprir integralmente
[a promessa do presidente]."
Machado apresentou o resultado parcial do recadastramento dos aposentados e pensionistas. Dos 17 milhões de benefícios, cerca de 14 milhões já foram revistos. O impacto da medida, no entanto, só estará completo em setembro de 2007.
Projeto
A Comissão de Constituição
e Justiça do Senado aprovou
ontem projeto que pode dar alívio para os aposentados e pensionistas que recebem mais de
um salário mínimo. Eles teriam
o pagamento atualizado de
acordo com o número de mínimos que recebiam na época da
concessão do benefício. Pela
proposta, cada aposentadoria
teria um índice de atualização
com base no piso do INSS.
Com o "Agora"
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