São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Em dia de especulação, moeda chegou a subir 1,33%, mas encerrou com ligeira queda, de 0,08%

Com captação do Brasil, dólar fecha estável

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar encontrou seu patamar e deverá variar entre R$ 2,30 e R$ 2,35 daqui para a frente. Essa é a avaliação de boa parte dos analistas sobre o mercado de câmbio.
O comportamento da moeda norte-americana ontem, que chegou a atingir uma alta de 1,33% durante o dia para fechar praticamente estável, foi atribuído a um movimento normal, de oferta e procura. "O câmbio é flutuante, as oscilações são esperadas", afirma Luiz Henrique Didier, presidente da Abracam.
"Desde sexta-feira, houve essa tendência de alta do dólar, mas trata-se de um movimento especulativo", avalia Helio Osaki, da Finambras. "O mercado está seco. Há pouca gente querendo comprar ou vender. Ninguém quer se aventurar", diz. Qualquer operação pode influir na cotação.
O dólar encerrou o dia a R$ 2,329, em baixa de 0,08%.
A Argentina voltou a passar pelo centro das atenções. Mas a avaliação geral é que as crises políticas e econômicas já não são capazes de causar sobressaltos ao mercado. "O que preocupa agora é a possibilidade de uma crise social", avalia Didier.
Diante de mais essa incerteza em relação à Argentina, o que definiu a inversão de tendência e o fechamento em baixa do dólar ontem foi o anúncio de uma captação de US$ 1 bilhão do Brasil em bônus de dez anos no exterior. Após o fechamento dos mercados, ontem, foi divulgado que a operação superou as estimativas e atingiu US$ 1,25 bilhão.
A notícia é boa, pois abre caminho para novas captações por parte de empresas nacionais. Neste momento em especial, porque ilustra, mais uma vez, o descolamento entre os mercados argentino e brasileiro. Mesmo com a Argentina em um momento crítico, com graves problemas, políticos, econômicos e sociais, o Brasil conseguiu concluir a captação com sucesso. Os investidores internacionais costumavam associar a imagem dos dois países.

Juros
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o mercado de juros continuou a projetar queda das taxas já neste mês, na próxima reunião do Copom.
Os contratos com vencimento em julho, que desde sexta-feira são os mais negociados, encerraram o dia projetando taxa de 18,96% -seguem abaixo da Selic, de 19%. (ANA PAULA RAGAZZI)


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