DA REPORTAGEM LOCAL

Na direção contrária a do dólar, que fechou ontem com desvalorização de 1,49%, o dia foi negativo para a Bolsa de Valores de São Paulo, que encerrou o pregão em baixa de 1,19%, aos 11.876 pontos.
O risco-país, que subiu durante parte do dia e chegou aos 1.299 pontos, fechou em baixa de 1,7%, aos 1.246 pontos.
De acordo com investidores, o anúncio do pacote de US$ 674 bilhões para estimular o consumo, feito por Bush, trouxe grande otimismo ao mercado. Entretanto, ontem alguns títulos brasileiros passaram por ajustes de preços e por isso sofreram um pouco de depreciação durante parte do dia.
"Os investidores às vezes reagem de forma exagerada em alguns dias e depois ajustam, em geral para baixo", disse Carlos Alberto Abdalla, diretor da corretora Souza Barros.
Para analistas, o principal motivo para a queda na Bovespa foi a realização de lucros, devido a alta dos últimos dias, principalmente a de 3,61% na segunda-feira.
Por conta disso, os papéis que mais caíram ontem foram os que tiveram uma forte valorização nos últimos dias. A ação Telesp Celular Participações ON, por exemplo, que acumulava este ano uma valorização de 20,73%, fechou em baixa de 6,52%.
Dentre as ações do Ibovespa, as maiores quedas ficaram com as empresas exportadoras, devido à queda do dólar. A Aracruz PNB fechou com baixa de 5,1%, Siderúrgica Tubarão PN caiu 4,5% e a VCP PN se desvalorizou em 4,4%.
As maiores altas foram dispersas em vários setores, com destaque para a Cesp PN e Bradespar PN, que subiram 3,4% cada uma.

Títulos na internet
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, quer ampliar o acesso da população à compra de títulos do Tesouro pela internet. Ontem, o Tesouro conseguiu vender o total de títulos públicos programado, R$ 3,7 bilhões, no primeiro leilão do novo governo.
Segundo o secretário, o Tesouro está conversando com diversas instituições para que a venda seja acessível a quem não possui computador em casa. Cerca de 5.000 pessoas já compraram títulos pela internet no valor de R$ 77 milhões. A maior parte dos investidores comprou NTN-C (papéis corrigidos pela inflação). (GEORGIA CARAPETKOV)