São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2004

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TRABALHO

Redução, porém, ocorreu com geração de mais vagas informais e queda de renda; Brasil é o 6º colocado da região

Desemprego cai na América Latina, diz OIT

ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE

A América Latina tinha 19 milhões de desempregados em 2003. Esse número equivale a 11% da população economicamente ativa da região, segundo relatório sobre o mercado de trabalho regional divulgado ontem pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Em 2002, a taxa de desemprego era de 11,2% da população. A pesquisa compara dados acumulados nos nove primeiros meses de 2002 e de 2003.
As taxas de desemprego pioraram em 5 dos 11 países pesquisados, entre eles o Brasil. Nos nove primeiros meses de 2003, em relação ao mesmo período de 2002, o desemprego no país subiu de 12% para 12,4%. Apesar da piora, o Brasil seguiu tendo a sexta pior taxa de desemprego na região.
A pequena melhora foi resultado da recuperação do mercado de trabalho em países como Argentina e Chile. O desemprego argentino, por exemplo, caiu de 21,5% em 2002 para 15,6% em 2003. A maior oferta de trabalho foi reflexo da recuperação econômica no ano passado -as projeções são de crescimento entre 7% e 8% após quatro anos de retração.
Essa pequena redução no desemprego, no entanto, não melhorou as condições de trabalho -pelo contrário, elas pioraram.
Segundo a OIT, de cada dez novas vagas geradas, sete eram informais. Houve também redução de 1,6% no poder aquisitivo do salário mínimo e de 4,8% no valor real do salário industrial. Mais de 50% dos trabalhadores estão no mercado informal. E somente quatro de cada dez novos empregados tinham acesso aos serviços de seguridade social.
"Os níveis de emprego continuam muito ruins. Na verdade, houve estagnação na oferta de trabalho, aumento da informalidade e redução dos salários. Ou seja, a qualidade do emprego está pior", disse o diretor-adjunto da OIT para o Brasil, José Carlos Ferreira.

Mulheres e jovens
As mulheres e os jovens foram os mais atingidos pela crise do emprego, segundo a OIT. Um em cada três jovens latino-americanos está desempregado. O Brasil, está entre os seis países que tiveram piora no nível de emprego entre os jovens. O desemprego entre os que tinham de 18 e 24 anos passou de 21,8% em 2002 para 23,5% em 2003.
Brasil e Peru, foram exceções. Enquanto as taxas de desemprego masculinas se mantiveram constantes, as femininas tiveram queda de 0,8 e 0,4 ponto percentual, respectivamente.


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