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TRABALHO
Redução, porém, ocorreu com geração de mais vagas informais e queda de renda; Brasil é o 6º colocado da região
Desemprego cai na América Latina, diz OIT
ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE
A América Latina tinha 19 milhões de desempregados em 2003.
Esse número equivale a 11% da
população economicamente ativa
da região, segundo relatório sobre
o mercado de trabalho regional
divulgado ontem pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Em 2002, a taxa de desemprego era de 11,2% da população.
A pesquisa compara dados acumulados nos nove primeiros meses de 2002 e de 2003.
As taxas de desemprego pioraram em 5 dos 11 países pesquisados, entre eles o Brasil. Nos nove
primeiros meses de 2003, em relação ao mesmo período de 2002, o
desemprego no país subiu de 12%
para 12,4%. Apesar da piora, o
Brasil seguiu tendo a sexta pior taxa de desemprego na região.
A pequena melhora foi resultado da recuperação do mercado de
trabalho em países como Argentina e Chile. O desemprego argentino, por exemplo, caiu de 21,5%
em 2002 para 15,6% em 2003. A
maior oferta de trabalho foi reflexo da recuperação econômica no
ano passado -as projeções são
de crescimento entre 7% e 8%
após quatro anos de retração.
Essa pequena redução no desemprego, no entanto, não melhorou as condições de trabalho
-pelo contrário, elas pioraram.
Segundo a OIT, de cada dez novas vagas geradas, sete eram informais. Houve também redução
de 1,6% no poder aquisitivo do salário mínimo e de 4,8% no valor
real do salário industrial. Mais de
50% dos trabalhadores estão no
mercado informal. E somente
quatro de cada dez novos empregados tinham acesso aos serviços
de seguridade social.
"Os níveis de emprego continuam muito ruins. Na verdade,
houve estagnação na oferta de trabalho, aumento da informalidade
e redução dos salários. Ou seja, a
qualidade do emprego está pior",
disse o diretor-adjunto da OIT
para o Brasil, José Carlos Ferreira.
Mulheres e jovens
As mulheres e os jovens foram
os mais atingidos pela crise do
emprego, segundo a OIT. Um em
cada três jovens latino-americanos está desempregado. O Brasil,
está entre os seis países que tiveram piora no nível de emprego
entre os jovens. O desemprego
entre os que tinham de 18 e 24
anos passou de 21,8% em 2002 para 23,5% em 2003.
Brasil e Peru, foram exceções.
Enquanto as taxas de desemprego
masculinas se mantiveram constantes, as femininas tiveram queda de 0,8 e 0,4 ponto percentual,
respectivamente.
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