São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Fundo de precatório pode ser nova opção de investimento

Num cenário de juros em queda para este ano, o mercado financeiro terá que recorrer cada vez mais à criatividade para fazer frente a esses novos tempos. Os investimentos em títulos públicos devem perder cada vez mais terreno para as aplicações em fundos de maior risco, mas com maior perspectiva de retorno.
A tendência é de as grandes vedetes de 2007 serem os investimentos em ações, debêntures, FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios) e Cris (Certificados de Recebíveis Imobiliários).
Há poucos dias, surgiu mais uma alternativa de investimento, com grande chances de sucesso. Trata-se de o lançamento do primeiro FDIC lastreado em precatórios federais que acaba de ser autorizado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Os precatórios são os créditos que pessoas físicas e jurídicas têm com o Estado por determinação da Justiça.
O FDIC lançado recentemente foi de apenas R$ 100 milhões para a Citoma, uma empresa exportadora de café do Espírito Santo, e estruturado pela Polo Capital Gestão de Recursos. O Banco do Brasil e o Deutsche Bank serão as instituições responsáveis pela distribuição das quotas para os investidores.
O prazo de pagamento do precatório fixado pela Justiça do Espírito Santo ao governo foi de dez anos, a partir de fevereiro do ano passado.
O economista Alex Agostini, da Austin Rating, acha que pode ocorrer, a partir de agora, uma enxurrada de lançamentos desse tipo de fundo com lastro em precatórios federais.
Há uma montanha de precatórios. Os cálculos são de que haja hoje um estoque de R$ 100 bilhões em precatórios federais, quase o mesmo montante do superávit primário (R$ 115 bilhões). Em São Paulo, a carteira de precatórios totalizava R$ 13 bilhões em 2005.
O fato é que o mercado financeiro no Brasil terá que recorrer cada vez mais a alternativas como esta, do FDIC com lastro em precatórios, para compensar a queda dos juros.

FAXINA
O governador da Bahia, Jaques Wagner, levou um susto ao tomar conhecimento das contas do Estado. Seu maior espanto foi com a quantidade de funcionários e empresas terceirizadas contratadas para fazer o mesmo serviço. Só para cuidar do jardim do Palácio são 16 jardineiros e uma empresa terceirizada. Na Casa Militar, que cuida da segurança, a mesma coisa. Para Jaques Wagner, ou os funcionários não trabalhavam ou as empresas não prestavam serviço. Também causou estranheza o número de servidores que constam na folha de pagamento com o mesmo sobrenome. Wagner se prepara para fazer uma faxina no governo.

BEM-CASADO

O restaurante La Table O & CO do Morumbi Shopping vai inaugurar dentro de seu espaço a Mondo Di... Vino, uma loja com cerca de 800 rótulos que poderão ser comprados tanto pelos clientes do shopping como pelos do restaurante. Para quem freqüentar a casa, o adicional cobrado pela rolha será de 30%. Ainda sem data para ser inaugurada, a loja terá parceria com a World Wine, Mistral, Decanter e Moët Hennessy do Brasil e com outras importadoras. "A intenção era praticar preços, para consumo no restaurante, com valor de importadora", diz o chef catalão Ignácio Rebollo, um dos sócios-proprietários. A Mondo Di... Vino ainda vai promover cursos, palestras, degustações especiais e workshops.

DESVANTAGEM
O Brasil está em desvantagem. Enquanto a China possui 400 ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação), onde se produz em alta escala para o comércio internacional, o Brasil tem apenas "ZPIJs (Zonas de Processamento de Impostos e Juros)", de acordo com Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). Os números finais do setor de 2006 serão divulgados durante o Fashion Business, de 16 a 19 de janeiro, na Marina da Glória, no Rio.

CRÉDITO
A Caixa Econômica Federal aderiu a três linhas de crédito com recursos do BNDES, o Procaminhoneiro, o Finame Modermaq e o Procomp. Além do custo cobrado pelo BNDES, os juros das linhas têm "spread" que vai de 4,5% a 5,5% ao ano. O banco projeta contratar operações de crédito a R$ 2 bilhões.


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