|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crédito com desconto em folha representa 57% do total oferecido pelos bancos no país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os empréstimos com desconto em folha de pagamento
já representam 57% de todo o
crédito pessoal oferecido pelas
instituições financeiras no
país, segundo dados do Banco
Central. Ampliado em 2003, no
início do primeiro mandato do
presidente Luiz Inácio Lula da
Sliva, o instrumento foi um dos
responsáveis pela expansão na
oferta de financiamentos ocorrida nos últimos anos.
Em novembro do ano passado -dado mais recente disponível-, os chamados empréstimos consignados liberados pelos bancos somavam R$ 63,922
bilhões, um aumento de 35%
ante o saldo de novembro de
2006. No mesmo período, os financiamentos direcionados a
pessoas físicas como um todo
registraram alta de 24,7%.
A maioria dos interessados
nessa modalidade de crédito
tem alguma ligação com o governo: ou são servidores públicos ou pensionistas do INSS.
Esse grupo de pessoas respondia por R$ 63,922 bilhões de
empréstimos com desconto em
folha oferecidos pelos bancos
-87% do total. Os trabalhadores do setor privado possuíam
saldo de R$ 8,262 bilhões.
O interesse no crédito consignado é grande por causa das
baixas taxas de juros. Enquanto
num financiamento tradicional
a taxa média praticada pelos
bancos é de 61,5% ao ano, nos
empréstimos com desconto em
folha os juros são de 29,0%.
Os bancos dizem que as baixas taxas cobradas no crédito
consignado refletem o menor
risco de inadimplência. Como
as prestações do empréstimo
são descontadas no salário -ou
na aposentadoria- do devedor,
o risco de calote fica perto do
zero. Na média, o nível de inadimplência do financiamento a
pessoas físicas é de 7,1%.
Estabilidade
Além disso, as instituições financeiras têm interesse maior
em emprestar para funcionários públicos e aposentados pela estabilidade que essas pessoas têm. No caso dos empregados do setor privado, o risco de
inadimplência existe por causa
da possibilidade de o devedor
ser demitido antes de terminar
de quitar seu financiamento.
Devido aos custos menores,
os empréstimos com desconto
em folha de pagamento foram
um dos principais fatores a impulsionar a expansão do crédito no país. Em novembro, o total de financiamentos bancários disponíveis no país representava 34,3% do PIB (Produto
Interno Bruto), nível mais elevado em 12 anos.
Texto Anterior: Mercado aponta juros de 10,75% no fim do ano Próximo Texto: Benjamin Steinbruch: Caos terrestre Índice
|