São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2008

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Indústria cresce 6%, maior taxa desde 2004

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Impulsionada pelo mercado interno, a produção da indústria cresceu 6% no acumulado de janeiro a novembro de 2007. Foi o melhor desempenho para tal período desde 2004 (8,3%) e correspondeu a quase o dobro das taxas registradas em 2005 e 2006 -ambas de 3,1%.
Já em novembro, a indústria pisou no freio e caiu 1,8% na comparação livre de influências sazonais com outubro -naquele mês, a expansão havia sido de 3,3%. Para o IBGE, o resultado se traduz numa acomodação após o forte crescimento de outubro, explicado pela antecipação da produção destinada ao Natal.
Apesar da perda de ritmo, Sílvio Sales, coordenador de Indústria do IBGE, não vê nos dados a interrupção da trajetória positiva que marcou o setor em 2007. Basta observar, diz, o crescimento da produção em relação a novembro de 2006 (6,7%) e no acumulado do ano.
"Não há um sinal de inflexão. Foi um ajuste", disse Sales. Zeina Latif, economista chefe do Banco Real, concorda: " A indústria fez estoques em novembro e teve de se ajustar". Para 2008, ela espera um "suave arrefecimento. O ano pode começar com taxas um pouco mais modestas."
Para Sales, no entanto, a freada em novembro indica que as empresas já normalizaram a produção, o que indica um cenário promissor para 2008: "Esse dado abre espaço para um movimento de recomposição de estoques em janeiro, já que há sinais de que em dezembro as vendas foram boas".
Com os dados de dezembro, especialistas estimam um crescimento da ordem de 6% para a indústria em 2007, puxado por crédito farto, renda e emprego em expansão e juros mais baixos. "Foi um ano bom para a indústria. Esse crescimento sinaliza um PIB próximo de 5,5%", diz Júlio Sérgio Gomes de Almeida, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Destaque principal
No acumulado de 2007, o principal destaque coube a bens de capital (máquinas e equipamentos) -alta de 18,4%. O dado é importante, pois indica que as fábricas estão investindo para produzir mais, o que reduz o risco inflacionário e o conseqüente aperto da política monetária, diz Tomás Goulart, economista do banco Modal.
Apenas a categoria de bens de capital cresceu em novembro -1,2% ante outubro.
As demais caíram: veículos automotores (com -3,9%), bens duráveis (-2,6%), intermediários (-0,7%) e semi e não-duráveis (-0,6%).


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