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Indústria cresce 6%, maior taxa desde 2004
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Impulsionada pelo mercado
interno, a produção da indústria cresceu 6% no acumulado
de janeiro a novembro de 2007.
Foi o melhor desempenho para
tal período desde 2004 (8,3%) e
correspondeu a quase o dobro
das taxas registradas em 2005 e
2006 -ambas de 3,1%.
Já em novembro, a indústria
pisou no freio e caiu 1,8% na
comparação livre de influências sazonais com outubro
-naquele mês, a expansão havia sido de 3,3%. Para o IBGE, o
resultado se traduz numa acomodação após o forte crescimento de outubro, explicado
pela antecipação da produção
destinada ao Natal.
Apesar da perda de ritmo, Sílvio Sales, coordenador de Indústria do IBGE, não vê nos dados a interrupção da trajetória
positiva que marcou o setor em
2007. Basta observar, diz, o
crescimento da produção em
relação a novembro de 2006
(6,7%) e no acumulado do ano.
"Não há um sinal de inflexão.
Foi um ajuste", disse Sales. Zeina Latif, economista chefe do
Banco Real, concorda: " A indústria fez estoques em novembro e teve de se ajustar".
Para 2008, ela espera um "suave arrefecimento. O ano pode
começar com taxas um pouco
mais modestas."
Para Sales, no entanto, a freada em novembro indica que as
empresas já normalizaram a
produção, o que indica um cenário promissor para 2008:
"Esse dado abre espaço para
um movimento de recomposição de estoques em janeiro, já
que há sinais de que em dezembro as vendas foram boas".
Com os dados de dezembro,
especialistas estimam um crescimento da ordem de 6% para a
indústria em 2007, puxado por
crédito farto, renda e emprego
em expansão e juros mais baixos. "Foi um ano bom para a indústria. Esse crescimento sinaliza um PIB próximo de 5,5%",
diz Júlio Sérgio Gomes de Almeida, economista do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial).
Destaque principal
No acumulado de 2007, o
principal destaque coube a
bens de capital (máquinas e
equipamentos) -alta de 18,4%.
O dado é importante, pois indica que as fábricas estão investindo para produzir mais, o que
reduz o risco inflacionário e o
conseqüente aperto da política
monetária, diz Tomás Goulart,
economista do banco Modal.
Apenas a categoria de bens
de capital cresceu em novembro -1,2% ante outubro.
As demais caíram: veículos
automotores (com -3,9%), bens
duráveis (-2,6%), intermediários (-0,7%) e semi e não-duráveis (-0,6%).
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