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Montadoras renovam férias coletivas
Para reduzir a produção, GM e Peugeot/Citroën concedem novas licenças; sindicato negocia pausa com a Ford na Bahia
Na segunda-feira, Renault já havia anunciado suspensão, por cinco meses, do contrato de trabalho de mil pessoas em linha de produção no PR
Daniel Castellano/"Gazeta do Povo"
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Pátio da montadora Renault em São José dos Pinhais (PR) lotado de veículos novos devido à queda nas vendas; marca suspendeu o contrato de mil funcionários
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O setor automotivo brasileiro começou 2009 com novos
anúncios de paralisação e corte
de produção atribuídos à queda
na venda de carros registrada
desde outubro, reflexo da crise
econômica internacional.
As novas medidas estão sendo tomadas apesar de incentivos dados pelo governo ao setor, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), e do resultado das
vendas de dezembro, que superaram as de novembro.
Primeira montadora do país
a reduzir a produção por causa
da crise, a GM voltou a anunciar nesta semana férias coletivas de 30 dias, desta vez para
300 funcionários do setor de
motores, na fábrica de São José
dos Campos (SP).
A empresa concedeu ainda licença de uma semana para outros 500 empregados da mesma planta, que atuam na montagem dos modelos S-10 e Blazer e que haviam acabado de
voltar da folga de fim de ano.
Na fábrica da GM em Gravataí (RS), onde são produzidos
os modelos Celta e Prisma, os
5.200 metalúrgicos que retornaram ao trabalho na segunda-feira -após 30 dias de férias coletivas- suspendem as atividades novamente no dia 19 e regressam em 6 de fevereiro.
A Peugeot/Citroën, que deu
férias coletivas entre 8 de dezembro e 5 de janeiro para todos os 3.300 funcionários de
sua fábrica em Porto Real (RJ),
decidiu manter em casa até
março cerca de 700 deles, desativando durante esse período
um dos três turnos da fábrica.
O presidente da Federação
dos Metalúrgicos da Bahia, Aurino Pedreira, disse que começaram nesta semana negociações com a Ford que devem resultar na concessão de licença
remunerada para trabalhadores da fábrica de Camaçari ainda em janeiro.
Segundo Pedreira, existe ainda a possibilidade de novas férias coletivas na unidade a partir de fevereiro. A fábrica de Camaçari, onde são produzidos os
modelos Fiesta e EcoSport, não
produziu durante todo o mês
de dezembro, afirmou ele.
Na segunda-feira, a Renault
anunciou a suspensão por cinco meses do contrato de trabalho de mil funcionários de sua
planta, na região metropolitana
de Curitiba (PR). Os trabalhadores vão frequentar um curso
profissionalizante e terão direito à antecipação do pagamento
do seguro-desemprego.
A empresa disse que vai complementar a renda dos afastados, para que atinja o valor integral dos salários. O acordo
mantém benefícios como férias, 13º salário e FGTS.
A fábrica adotou a medida de
suspender os contratos de 33%
da mão-de-obra da produção,
em acordo com o sindicato de
trabalhadores, como medida
para enfrentar a crise.
"Persiste a situação de incerteza para os trabalhadores do
setor automotivo. Insistimos
que eles não devem pagar pela
crise", disse o secretário-geral
do Sindicato dos Metalúrgicos
de São José dos Campos, Luiz
Carlos Prates.
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