São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

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Cesta básica sobe até 29,3% em 2008

Segundo Dieese, seca atrapalhou o plantio de grãos e contribuiu para a alta de preços no ano passado

DA REPORTAGEM LOCAL

No ano passado, os preços dos alimentos que compõem a cesta básica subiram mais de 20% em 9 das 16 capitais brasileiras que fazem parte da pesquisada realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). As maiores altas foram registradas em João Pessoa (29,31%), Natal (26,73%) e Florianópolis (25,26%). Em São Paulo, a cesta de produtos teve alta de 11,58%. O menor aumento foi registrado em Belém: 4,76%.
"Essa elevação ainda é resultado de uma seca ocorrida em 2007, a qual prejudicou as safras", explica José Maurício Soares, coordenador do levantamento. "A estiagem que sempre ocorre no meio do ano então durou de maio até o final de outubro, atrapalhando o plantio de grãos, que, em vez de começar em setembro, só teve início em novembro."
A regularização da safra que teve lugar em 2008 só começou a aparecer nos preços no final do ano. O feijão, item que tinha apresentado um dos maiores saltos de preço ao longo de 2008, terminou o período com queda de 32,12%, sendo que apenas em dezembro houve uma baixa de 23,22%.
No mês passado, a pressão mais significativa nos preços foi exercida pelo tomate, que avançou 36,19%, acumulando, dessa forma, uma elevação de 66,29% no ano -a maior entre todos os produtos.
"O problema de artigos mais baratos, como tomate e batata, é que uma alta de centavos representa grande variação percentual", comenta Soares.
As chuvas que estão afetando Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santos e outros Estados neste verão podem impulsionar os preços de alguns alimentos, de acordo com a avaliação do técnico do Dieese.
"Algumas áreas de plantio foram inundadas", diz. "E a seca no Rio Grande do Sul já provocou consideráveis perdas na safra de milho, base da ração para o gado", diz Soares.

Salário
A alta dos preços dos produtos básicos no ano passado fez aumentar, também, o tempo que os brasileiros precisam trabalhar para comprar a cesta básica. Em São Paulo, a jornada necessária passou de 114 horas e 17 minutos em 2007 para 126 horas e 54 minutos.
Na capital paulista, a cesta terminou o ano custando R$ 239,49, o que é 57,68% do salário mínimo. Há dois anos, a porcentagem era de 51,95%.
(DENYSE GODOY)


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