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Cesta básica sobe até 29,3% em 2008
Segundo Dieese, seca atrapalhou o plantio de grãos e contribuiu para a alta de preços no ano passado
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano passado, os preços
dos alimentos que compõem a
cesta básica subiram mais de
20% em 9 das 16 capitais brasileiras que fazem parte da pesquisada realizada pelo Dieese
(Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos). As maiores altas foram registradas em João
Pessoa (29,31%), Natal
(26,73%) e Florianópolis
(25,26%). Em São Paulo, a cesta
de produtos teve alta de 11,58%.
O menor aumento foi registrado em Belém: 4,76%.
"Essa elevação ainda é resultado de uma seca ocorrida em
2007, a qual prejudicou as safras", explica José Maurício
Soares, coordenador do levantamento. "A estiagem que sempre ocorre no meio do ano então durou de maio até o final de
outubro, atrapalhando o plantio de grãos, que, em vez de começar em setembro, só teve
início em novembro."
A regularização da safra que
teve lugar em 2008 só começou
a aparecer nos preços no final
do ano. O feijão, item que tinha
apresentado um dos maiores
saltos de preço ao longo de
2008, terminou o período com
queda de 32,12%, sendo que
apenas em dezembro houve
uma baixa de 23,22%.
No mês passado, a pressão
mais significativa nos preços
foi exercida pelo tomate, que
avançou 36,19%, acumulando,
dessa forma, uma elevação de
66,29% no ano -a maior entre
todos os produtos.
"O problema de artigos mais
baratos, como tomate e batata,
é que uma alta de centavos representa grande variação percentual", comenta Soares.
As chuvas que estão afetando
Santa Catarina, Minas Gerais,
Espírito Santos e outros Estados neste verão podem impulsionar os preços de alguns alimentos, de acordo com a avaliação do técnico do Dieese.
"Algumas áreas de plantio foram inundadas", diz. "E a seca
no Rio Grande do Sul já provocou consideráveis perdas na safra de milho, base da ração para
o gado", diz Soares.
Salário
A alta dos preços dos produtos básicos no ano passado fez
aumentar, também, o tempo
que os brasileiros precisam trabalhar para comprar a cesta básica. Em São Paulo, a jornada
necessária passou de 114 horas
e 17 minutos em 2007 para 126
horas e 54 minutos.
Na capital paulista, a cesta
terminou o ano custando R$
239,49, o que é 57,68% do salário mínimo. Há dois anos, a
porcentagem era de 51,95%.
(DENYSE GODOY)
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