São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2000


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FARMACÊUTICAS
Novo grupo pretende ser o primeiro do mundo em 2001, graças ao sucesso de vendas do Lipitor
Pfizer vai desafiar liderança mundial

da Redação

A Pfizer adquiriu ontem a Warner-Lambert por US$ 90 bilhões, criando o líder norte-americano e o segundo maior grupo mundial do setor farmacêutico, com 6,5% do mercado global. O nome da megaempresa será Pfizer.
Segundo analistas, o novo grupo deve buscar a liderança global nas vendas farmacêuticas, atingindo US$ 31 bilhões em 2001. O líder atual, grupo formado pelas empresas Glaxo Wellcome e SmithKline Beecham, é também resultado de uma fusão recente.
A compra da Warner, que põe fim a três meses de negociações e divergências, emergiu de uma oferta hostil -a Pfizer lançou uma proposta de compra das ações da Warner-Lambert, contra a vontade dos acionistas controladores da empresa.
O negócio é a quarta maior fusão já realizada em termos de valores (veja o quadro ao lado).
Para comprar a Warner-Lambert, a Pfizer aceitou bancar uma multa -de quebra contratual- no valor de US$ 1,8 bilhão que a Warner teve que pagar para a American Home Products (AHP) -com quem já havia feito um pré-acordo de fusão antes de a Pfizer entrar no jogo.
A união entre Pfizer e Warner fortalece a tendência de formação de grandes grupos farmacêuticos -que se unem em busca de uma competitividade maior.
Há um mês, as britânicas Glaxo Wellcome e SmithKline Beecham anunciaram também sua fusão.

Sucesso conjunto
Pfizer e Warner-Lambert já produzem juntas o remédio Lipitor, lançado em 97 e indicado para o tratamento de colesterol. O Lipitor é considerado um sucesso de mercado e, só no ano passado, vendeu US$ 3,7 bilhões.
À frente da nova gigante farmacêutica, ficará William Steere, atual presidente da Pfizer.
Um porta-voz da empresa disse ontem que o valor acordado para a compra valorizou a Warner-Lambert em 34%, segundo estimativa feita desde novembro -início da negociação.
A Pfizer terá 61% do novo grupo, ficando os 39% restantes para os acionistas da Warner-Lambert.

Pesquisas
O novo conglomerado contará com receita de US$ 28 bilhões e um orçamento para pesquisa e desenvolvimento da ordem de US$ 4,7 bilhões em 2000.
O valor de mercado da nova Pfizer deve superar os US$ 230 bilhões, o que representa, segundo analistas, um importante marco no processo de concentração do capital farmacêutico.
"Com essa operação, nos posicionaremos como líderes globais no descobrimento de remédios capazes de beneficiar milhões de pessoas", disse Steere.
Segundo ele, a combinação das duas empresas representa um novo nível de competitividade e desenvolvimento dentro da indústria farmacêutica. A nova empresa pretende economizar cerca de US$ 1,6 bilhão no ano fiscal de 2002, aumentando o faturamento em 25% até essa data.
Sem dúvida, o maior perdedor dessa história foi a AHP, que deixou o negócio com a Warner escapar de suas mãos. Em 98, a AHP já havia fracassado na tentativa de se unir à Monsanto e à inglesa SmithKline Beecham.
Desta vez, seu consolo foi receber a multa de US$ 1,8 bilhão - uma das maiores da história das empresas norte-americanas.


Com agências internacionais

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