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São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

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Fiesp diz que esperava número menor, mas "não tem do que reclamar"

Para analistas, nova meta é plenamente executável

DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento do superávit primário anunciado ontem pelo governo era inevitável e a nova meta, equivalente a 4,25% do PIB (Produto Interno bruto), é perfeitamente executável, na opinião de economistas e analistas financeiros ouvidos pela Folha.
A possibilidade de um conflito relativamente longo entre Estados Unidos e Iraque é que traria turbulências extras para o governo na condução de sua política econômica. Se isso vier a ocorrer, o governo poderia ser obrigado a elevar ainda mais a meta para o superávit primário e, aí sim, ter problemas para cumpri-la.
"A nova meta vai exigir um esforço maior, mas é exequível. Se o governo tivesse anunciado uma meta de superávit primário de 4,4% ou 4,5% do PIB geraria dúvidas no mercado quanto à possibilidade de alcançá-la. O que pode conturbar esse cenário é a eclosão de um conflito mais longo entre EUA e Iraque", diz Aquiles Mosca, economista da ABN Amro Asset Management.
Já o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva, disse que esperava uma meta de superávit primário menor do que a anunciada ontem pelo ministro Antonio Palocci.
"Eu esperava que fosse menos, talvez 4,1% do PIB, mas era um número mágico, sem nenhum embasamento técnico, mas não tenho do que reclamar", afirmou o presidente da entidade.
Piva disse que não pode analisar se o número é adequado ou não enquanto o governo não apresentar os dados sobre quais medidas vai adotar para cumprir o superávit primário proposto.
Ele disse, no entanto, que o governo está sinalizando que fará o ajuste fiscal por meio da redução de despesas e não do aumento de receita. "A sociedade não aguenta mais aumento de imposto e era isso que vinha ocorrendo."
Para Alexandre Santana, macroeconomista da ARX Capital Management, o aumento da meta de superávit ficou dentro do esperado e "mostra mais uma vez o comprometimento do governo com a disciplina fiscal, respeito aos contratos e com ortodoxia que também foi perseguida pelo governo anterior". No ano passado, o governo conseguiu um superávit primário de 4,06% do PIB.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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