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Fiesp diz que esperava número menor, mas "não tem do que reclamar"
Para analistas, nova meta é plenamente executável
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento do superávit primário anunciado ontem pelo governo era inevitável e a nova meta,
equivalente a 4,25% do PIB (Produto Interno bruto), é perfeitamente executável, na opinião de
economistas e analistas financeiros ouvidos pela Folha.
A possibilidade de um conflito
relativamente longo entre Estados Unidos e Iraque é que traria
turbulências extras para o governo na condução de sua política
econômica. Se isso vier a ocorrer,
o governo poderia ser obrigado a
elevar ainda mais a meta para o
superávit primário e, aí sim, ter
problemas para cumpri-la.
"A nova meta vai exigir um esforço maior, mas é exequível. Se o
governo tivesse anunciado uma
meta de superávit primário de
4,4% ou 4,5% do PIB geraria dúvidas no mercado quanto à possibilidade de alcançá-la. O que pode
conturbar esse cenário é a eclosão
de um conflito mais longo entre
EUA e Iraque", diz Aquiles Mosca, economista da ABN Amro Asset Management.
Já o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), Horacio Lafer Piva,
disse que esperava uma meta de
superávit primário menor do que
a anunciada ontem pelo ministro
Antonio Palocci.
"Eu esperava que fosse menos,
talvez 4,1% do PIB, mas era um
número mágico, sem nenhum
embasamento técnico, mas não
tenho do que reclamar", afirmou
o presidente da entidade.
Piva disse que não pode analisar
se o número é adequado ou não
enquanto o governo não apresentar os dados sobre quais medidas
vai adotar para cumprir o superávit primário proposto.
Ele disse, no entanto, que o governo está sinalizando que fará o
ajuste fiscal por meio da redução
de despesas e não do aumento de
receita. "A sociedade não aguenta
mais aumento de imposto e era isso que vinha ocorrendo."
Para Alexandre Santana, macroeconomista da ARX Capital
Management, o aumento da meta
de superávit ficou dentro do esperado e "mostra mais uma vez o
comprometimento do governo
com a disciplina fiscal, respeito
aos contratos e com ortodoxia
que também foi perseguida pelo
governo anterior". No ano passado, o governo conseguiu um superávit primário de 4,06% do PIB.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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