|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sob Lula, país cria 4,6 mi de vagas formais
Ritmo de geração de emprego formal perde força pelo 2º ano seguido, e Marinho culpa ação do BC, com juro alto e real forte
2006 fecha com criação de 1,2 milhão de postos; em 8 anos de governo FHC, saldo
foi de 797 mil empregos, segundo dados do Caged
ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
A geração de empregos com
carteira assinada perdeu força
no ano passado, quando fechou
em 1,229 milhão. Com isso, o
número de empregos formais
criados no primeiro mandato
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva somou 4,651 milhões.
Esse resultado dá ao governo
Lula um desempenho melhor
que o registrado nos governos
Fernando Henrique Cardoso,
com queda de 1,018 milhão de
vagas no primeiro mandato
(1995-98) e criação de 1,815 milhão no segundo (1999-02).
Portanto o saldo na era FHC foi
de 797 mil novas vagas.
Na comparação com 2005, o
resultado de 2006 registra queda de 2% na criação de vagas. O
saldo de 1,229 milhão do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) representa a diferença entre o total
de trabalhadores admitidos e
demitidos no período.
Em 2005, o número de empregos formais criados já havia
sofrido queda de 17,7% ante
2004, melhor ano do governo
Lula para o mercado de trabalho. Ainda assim, o ministro
Luiz Marinho (Trabalho) considerou "razoável" o desempenho de 2006, mas disse que poderia ter sido melhores se não
fosse a política cambial e de juros do Banco Central.
"O ano poderia ter sido melhor se a gente tivesse conseguido ter juro menor e um câmbio ajustado para as necessidades nacionais", disse. Para ele, o
atual modelo do BC é "insuficiente" ao mirar só na meta de
inflação. Além disso, o fato de a
inflação (IPCA) de 2006 ter ficado abaixo do centro da meta
de 4,5% -foi de 3,14%- seria
sinal de que os juros deveriam
ter caído mais rapidamente.
Apesar das críticas ao BC,
Marinho adotou um tom otimista ao comentar os números
do mercado de trabalho em
2006. "Podemos dizer que foi
um ano razoável para a geração
de empregos. Eu apostaria em
um 2007 melhor, já que temos
as medidas que estamos adotando agora", disse, em referência ao PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
Em 2002, o então candidato
Lula falava na geração de 10 milhões de empregos. Ontem,
Marinho voltou a negar que isso fosse uma promessa. "Se você olhar o programa de governo, não tinha escrito lá os 10
milhões. O que foi debatido foi
a necessidade de gerar a ordem
de 10 milhões de empregos."
Marinho acrescentou ainda
que, levando em conta os empregos do funcionalismo público e do setor militar, foram
criados 8,5 milhões de vagas
formais em quatros anos. O número exato deve ser divulgado
no segundo semestre.
Para o economista José Márcio Camargo, professor da
PUC-RJ e sócio da consultoria
Tendências, os números de
empregos formais no governo
Lula foram positivos.
"Esses resultados têm a ver
com o crescimento do PIB dos
últimos anos, mas também estão ligados a uma série de pequenas mudanças na legislação
trabalhista feitas pelo governo
FHC, que reduziram o custo da
formalidade", diz ele, citando,
entre as mudanças, a criação do
chamado "banco de horas", que
deu mais flexibilidade nas relações de trabalho.
Camargo afirma ainda que,
também no início do governo
Lula, medidas importantes foram tomadas para melhorar o
ambiente de negócios no país,
como a nova Lei de Falências e
as mudanças na regulamentação da construção civil. Ele ressalta, porém, que só uma reforma trabalhista e previdenciária
levaria a um aumento mais forte na geração de empregos nos
próximos anos.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Teles 2: Tele confia em adquirir da PT controle na Vivo Próximo Texto: Frases Índice
|