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País registra saída de US$ 2,4 bi em janeiro
Fluxo negativo é o maior desde dezembro de 2006
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após o recorde positivo de
2007, o fluxo de dólares ao Brasil voltou a ficar negativo em janeiro. Segundo dados do Bando
Central, as remessas de dólares
ao exterior superaram os ingressos em US$ 2,357 bilhões.
O valor inclui todas as transações fechadas no mercado de
câmbio nacional -exportações, importações, pagamentos
da dívida externa, investimentos estrangeiros, entre outros
itens.
Foi o maior déficit registrado
pelo Banco Central desde dezembro de 2006, quando o saldo negativo chegou a US$ 3,463
bilhões.
No ano passado, o fluxo havia
atingido o valor recorde de US$
87,454 bilhões.
No mês passado, as turbulências dos mercados e a redução
no saldo da balança comercial
colaboraram para reduzir esse
resultado.
Ao longo de janeiro, os exportadores instalados no Brasil
trouxeram US$ 15,307 bilhões,
enquanto os importadores enviaram US$ 11,134 bilhões ao
exterior.
O saldo resultante foi de US$
4,173 bilhões, menos da metade
do valor de janeiro de 2007.
"Em razão da [valorização da]
taxa de câmbio, o Brasil perde
competitividade nas exportações, ao mesmo tempo em que
as importações são estimuladas", diz Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.
Além disso, houve também
uma piora no saldo das chamadas operações financeiras, que
incluem pagamentos de juros
da dívida externa, remessas de
lucros ao exterior e ingressos
de empréstimos e investimentos estrangeiros, entre outras
movimentações.
Nessa conta, o resultado negativo de janeiro chegou a US$
6,530 bilhões, ante saldo positivo de US$ 2,121 bilhões observado em dezembro.
Nesse caso, afirma Battistel,
a piora no resultado pode ser
creditada à maior instabilidade
dos mercados globais, originada na crise do setor imobiliário
e financeiro americano, que deve reduzir o ritmo de crescimento da economia mundial.
Bovespa
No Brasil, um dos impactos
mais fortes dessa crise tem sido
sentido na Bolsa de São Paulo,
que, em janeiro, perdeu R$ 4,7
bilhões em investimentos estrangeiros.
Battistel ressalta, porém, que
nem todo o dinheiro que deixa
a Bovespa necessariamente sai
do país. "Acredito que parte dos
investidores tenha migrado para aplicações de renda fixa, já
que os juros do Brasil ainda são
muito altos."
Os números indicam que a
saída de recursos ocorrida no
mês passado não levou a uma
desvalorização mais forte do
real por causa da atuação dos
bancos, que ao longo de janeiro
se desfizeram de parte dos dólares que tinham guardados em
suas carteiras.
Também segundo o BC, as
instituições financeiras venderam US$ 4,542 bilhões neste
começo de ano, e essa oferta de
divisas mais do que compensou
a saída de recursos do país.
Essa ação dos bancos também abriu espaço para que o
BC continuasse com sua política de compra de dólares para
reforçar as reservas em moeda
estrangeira, que atualmente estão em US$ 188 bilhões.
De acordo com dados preliminares, essas aquisições somaram cerca de US$ 2,2 bilhões. Ao longo do ano passado,
o BC comprou US$ 78,6 bilhões
no mercado de câmbio.
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