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Lucro da Vale aumenta 29% e chega a R$ 13,4 bi
Resultado recorde da mineradora em 2006 só é inferior ao da Petrobras; analistas, no entanto, esperavam mais
Ganho é o 7º maior de uma empresa brasileira; canadense Inco, adquirida
no ano passado, responde por R$ 867 mi do resultado
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O cenário de demanda aquecida por minério de ferro e a
compra da produtora de níquel
canadense Inco levaram a Vale
do Rio Doce a registrar lucro
recorde de R$ 13,431 bilhões
em 2006 -alta de 28,6% sobre
2005. A contribuição da Inco
para o lucro após a aquisição
somou R$ 867 milhões.
A Vale teve o 7º maior lucro
da história de uma empresa
brasileira, segundo dados da
Economática. A consultoria
ajustou os resultados pelo IPCA. O lucro da companhia em
2006 só perde para o da Petrobras, de R$ 25,9 bilhões. Apesar
da expansão, o resultado ficou
abaixo das projeções de analistas ouvidos pela Folha, que esperavam um valor na faixa de
R$ 14 bilhões a R$ 15 bilhões.
Em 2006, a Vale se tornou a
segunda maior mineradora do
planeta após a compra da Inco,
a maior aquisição já realizada
por uma empresa da América
Latina. A operação faz parte da
estratégia da empresa de diversificar a oferta de produtos e as
bases de atuação. Com a compra, o valor dos investimentos
feitos pela companhia passou
de US$ 4,161 bilhões em 2005
para US$ 26 bilhões em 2006.
Segundo analistas, embora o
minério de ferro continue como o carro-chefe da companhia, a tendência é que os demais metais ganhem peso na
geração de receitas, principalmente o níquel.
Cenário
Cristiane Viana, analista da
Ágora Senior, destaca o aumento da participação da Vale no
segmento de minério de ferro
com operações como a aquisição da Rio Verde Mineração e a
conclusão da aquisição das
ações da Caemi. "Isso permite
que ela se beneficie do cenário
de procura aquecida por esses
produtos. O aumento de 9,5%
fechado para 2007 reflete isso."
Em 2006, os embarques de
minério de ferro da companhia
bateram recorde, com 272,682
milhões de toneladas.
A Ásia passou a ser o principal destino das vendas da Vale
no ano passado, com 37,3% do
total da receita. Ela superou as
Américas, que responderam
por 33,4%. A Vale se tornou a
maior fornecedora de minério
de ferro para a China em 2006.
O mercado brasileiro perdeu
participação no total das receitas da empresa e passou de
22,8% em 2005 para 18,4% no
ano passado. As vendas para o
mercado interno contribuíram
com R$ 8,583 bilhões.
A receita operacional bruta
da Vale foi de R$ 46,746 bilhões
em 2006, a maior da história da
empresa e 32,2% acima da de
2005. A geração de caixa somou
R$ 22,759 bilhões em 2006, um
crescimento de 36,6% em relação a 2005. A contribuição da
Inco foi de R$ 3,183 bilhões.
No quarto trimestre, a mineradora lucrou R$ 3,368 bilhões
-alta de 27,7% sobre o mesmo
período do ano passado.
Com a compra da Inco, a produção trimestral de níquel chegou a 69 mil toneladas.
Custos em alta
Os custos da companhia
cresceram 27,3% no ano passado e somaram R$ 20,756 bilhões, puxados pela compra da
Inco. O principal item de custo
foi gastos com serviços contratados, com R$ 4,199 bilhões.
Apesar do aumento das despesas, analistas afirmam que a
Vale foi hábil na negociação para alongar prazos. A empresa
conseguiu manter a nota de
"grau de investimento" pelas
agências de classificação de risco. A dívida total da companhia
no final do ano passado era de
US$ 22,581 bilhões.
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