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Ipea vê expansão mais forte com alta de investimentos
Instituto eleva de 3,6% a 3,7% previsão para o PIB do ano, que pode aumentar mais com nova metodologia do IBGE
Maior estabilidade política, menor taxa de juros e crescimento internacional sólido devem aumentar
os investimentos
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, revisou sua projeção
para o crescimento da economia neste ano para 3,7%. Em
dezembro, previa 3,6%.
A leve alta foi motivada pela
divulgação dos resultados do
quarto trimestre de 2006 e pela
revisão do desempenho da economia no segundo e no terceiro
trimestre pelo IBGE.
As mudanças aumentaram o
"carry-over", o efeito de carregamento estatístico, de 1,3%
para 1,4%. Na prática, ele significa o efeito benéfico do crescimento de um ano para o outro.
Mesmo com a revisão, a estimativa é inferior à promessa do
presidente Lula de crescimento de 4,5% neste ano, divulgada
na apresentação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Apesar disso, ainda é
superior à média do mercado,
que prevê alta de 3,5%.
Os dados do Ipea poderão ser
revistos em breve. No final deste mês, o IBGE apresentará a
taxa de crescimento do PIB de
2006 segundo nova metodologia que passa a adotar. "Não
descartamos a possibilidade de
fazer uma revisão para um número que se aproxime mais de
4%", disse Fabio Giambiagi,
economista do instituto.
Se de um lado a economia
não deve crescer de acordo com
as promessas do governo, os investimentos deverão registrar
uma expansão de 8% neste ano
impulsionados pela realização
de obras previstas no PAC, pelo
cenário de crescimento da economia mundial e pela inflação
sob controle. Em 2006, os investimentos cresceram 6,3%.
"Projetos que estavam na gaveta à espera de um horizonte
de previsibilidade maior devem
sair do papel com mais estabilidade política, menor taxa de juros e continuidade do crescimento internacional", disse.
O Ipea estima que a taxa de
investimento foi de 20,6% do
PIB em 2006, revelando maior
disposição dos empresários para a compra de máquinas.
Apesar da turbulência no
mercado financeiro na semana
passada, o Ipea prevê que o
câmbio médio no ano fique em
R$ 2,17 e chegue a R$ 2,21 no último trimestre. Segundo Giambiagi, o boletim do instituto foi
fechado antes da queda das
Bolsas, mas ainda é difícil prever os efeitos da instabilidade.
O instituto elevou a projeção
do saldo da balança comercial,
de US$ 37,2 bilhões para US$
40,4 bilhões, com leve redução
na previsão das importações e
aumento das exportações.
Para o Ipea, os juros deverão
continuar em ritmo de queda
de 0,25 ponto percentual ao
longo do ano, fechando 2007
em 11,5%. Em um cenário sem
grandes pressões inflacionárias, o IPCA deve fechar o ano
em 3,8%, abaixo do centro da
meta de inflação, de 4,5%.
O instituto prevê um aumento da produção industrial de
4,4% neste ano (2,8% em
2006), puxado pela recuperação da indústria de transformação, com destaque para máquinas e equipamentos e bens duráveis, e pelo consumo das famílias, que deve crescer 5%.
Giambiagi vê cenário fiscal
favorável "se aprovado teto para a evolução da despesa com
pessoal de 1,5% ao ano a partir
do ano que vem".
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