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Pantanal tem a licença de vôo suspensa
Empresa não apresenta documentos para comprovar situação fiscal e trabalhista
Companhia deve enfrentar processo da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) e sanções do Ministério do
Trabalho e da Receita
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) não vai renovar a
concessão da Pantanal Linhas
Aéreas, que vence no próximo
dia 25. A medida cancela todas
as autorizações de vôos e a venda de passagens a partir dessa
data.
A empresa, que passa por
uma crise financeira, não apresentou à Anac os documentos
que comprovassem a legalidade da sua situação fiscal e trabalhista.
O requisito é necessário para
a companhia aérea continuar
operando normalmente.
A Pantanal tinha prazo até
ontem para entregar a documentação, mas a agência informou, no começo da noite, que a
companhia aérea não está em
regularidade fiscal.
A empresa vai atuar na aviação regular apenas até o próximo dia 24, segundo a Anac, medida que visa atender a necessidade de eventuais passageiros.
Mas, como o próprio órgão
determinou que ela vendesse
passagens apenas por um período de 15 dias, os passageiros
não devem ser prejudicados.
A Pantanal terá o Cheta (Certificado de Homologação de
Empresa Aérea) suspenso,
mesmo que apresente os documentos nas próximas semanas.
A situação da empresa apenas será regularizada quando
pedir um novo certificado.
Segundo estimativa da Anac,
a expedição do Cheta para uma
empresa nova leva em média
seis meses.
Segundo a Anac, o descumprimento da Pantanal deverá
resultar em um processo administrativo, no qual ela deve ser
autuada. A empresa pode sofrer
sanções ainda do Ministério do
Trabalho e da Receita Federal.
Desde dezembro a Pantanal
enfrenta problemas de ordem
fiscal e trabalhista. Naquele
mês, a Anac solicitou os documentos que até ontem estavam
pendentes.
A Pantanal pediu um prazo
maior para apresentá-los, mas
não o cumpriu, o que levou a
Anac a proibi-la de vender passagens por um período superior a 15 dias, medida em vigor
desde o dia 12 de fevereiro.
A Folha ligou para a sede da
companhia em São Paulo três
vezes. Uma recepcionista, de
nome Paula, disse que não havia ninguém para comentar o
assunto, pois todos os diretores
estavam em viagem para resolver "problemas".
A reportagem também ligou
para o celular do diretor-geral
da companhia, Ramiro Tojal.
Quem atendeu foi um funcionário que se apresentou apenas
por Francisco e disse trabalhar
no setor de correspondências.
A Pantanal, fundada em 1993
e que atua com seis aeronaves
de pequeno porte, tem participação minúscula no mercado
da aviação doméstica, com apenas 0,14%, restrita principalmente a São Paulo e cidades do
interior paulista. A TAM é a líder, com 48%, enquanto a Gol,
na segunda posição, abocanha
39% do mercado.
Procurado, o Snea (Sindicato
Nacional das Empresas Aeroviárias) evitou comentar o caso, sob a alegação de se tratar
de um "problema" interno.
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