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Governo britânico assumirá controle do 3º maior banco
Reino Unido dará garantia para cobrir ativos de risco do Lloyds e terá, em contrapartida, maioria das ações do grupo
Medida, já adotada para o RBS, tenta reduzir paralisia do crédito no país; no acordo, Lloyds se compromete a oferecer mais empréstimos
DA REDAÇÃO
O governo britânico vai assumir participação de até 77% do
conglomerado Lloyds Banking
Group -terceiro maior do país,
resultante da fusão dos bancos
HBOS e Lloyds TSB.
O anúncio foi feito ontem pelo banco, após fechamento de
acordo para que o Estado passe
a cobrir perdas de 260 bilhões
de libras (cerca de US$ 370 bilhões, ou 20% do PIB britânico,
a segunda maior economia europeia) em ativos tóxicos (papéis com alto risco de calote).
Em contrapartida à garantia
dada ao banco, o governo do
Reino Unido elevará sua participação no capital do grupo, hoje de 43%. O banco também se
compromete em ampliar em
quase US$ 40 bilhões os créditos para pessoas físicas e jurídicas nos próximos dois anos.
O Lloyds segue os passos do
RBS (Royal Bank of Scotland)
ao alcançar um acordo em que
recebe garantia estatal em possíveis perdas em ativos que somam centenas de bilhões de libras em troca de uma maior
participação do governo. No caso do RBS, o governo, que já
contava com participação de
70% das ações, poderá elevar a
sua presença para até 95%. O
Tesouro britânico diz, no entanto, que seu capital votante
não vai passar de 75%.
Eric Daniels, presidente-executivo do Lloyds, disse que o
acordo "reduz substancialmente" os ativos de risco do banco.
Com o medida, o Lloyds se
torna o quarto banco britânico
a ser assumido pelo governo
desde setembro de 2007 (início
da atual crise), quando o Northern Rock foi estatizado. O governo do primeiro-ministro
Gordon Brown quer com essas
medidas impulsionar os empréstimos para consumidores e
empresas e tentar impedir que
a economia britânica tenha
neste ano a pior recessão desde
a Segunda Guerra.
O ministro do Tesouro, Stephen Timms, disse que o acordo fornece segurança ao banco.
"No futuro, o Lloyds será um
banco forte e bem-sucedido",
disse Timms a uma rádio.
O Lloyds pagará uma taxa de
15,6 bilhões de libras para participar do acordo e assumirá a
"primeira rodada" de perdas de
25 bilhões de libras em ativos.
Depois disso, o governo assumirá 90% de qualquer perda no
valor dos ativos.
O acordo permitirá que a
participação com direito a voto
do governo no Lloyds aumente
para 65%, se os acionistas não
adquirirem uma parte dos papéis que hoje pertencem ao Estado. A participação estatal poderá chegar a 77% se as ações
"B", sem direito a voto, forem
convertidas, mas o capital votante nas mãos do governo não
ultrapassará os 75%.
O Lloyds se viu obrigado a
buscar ajuda estatal como consequência de sua fusão com o
Halifax Bank of Scotland
(HBOS), que recentemente informou prejuízo bilionário. A
maior parte (83%) dos ativos
que serão garantidos pelo governo pertencia ao HBOS.
Em uma operação apoiada
pelo governo, o Lloyds adquiriu
por 7,7 bilhões de libras o
HBOS, na tentativa de evitar a
falência desse grupo bancário.
Bélgica
Outro banco fortemente
atingido pela crise, o Fortis, teve suas unidades na Bélgica e
em Luxemburgo adquiridas pelo francês BNP Paribas, depois
que o governo belga se comprometeu a garantir parte das perdas. O acordo, no entanto, precisa ser aprovado pelos acionistas do Fortis, que recentemente rejeitaram uma oferta do
banco francês.
O BNP Paribas ofereceu
11,4 bilhões por 75% do Fortis e
parte dos ativos da seguradora
da instituição financeira.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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