São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010

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Semana trará indicadores de inflação e PIB do país

Investidores ficam atentos aos papéis da Petrobras

PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA FOLHA

O mercado fechou a última semana otimista e registrando altas nas principais Bolsas de Valores do mundo. Esse bom humor deve prevalecer durante os próximos dias, visto que eles não virão recheados de indicadores impactantes.
No Brasil, a inflação continua em foco. Desta vez impulsionada pela expectativa de crescimento robusto do país, percepção que já levou economistas a apostarem em uma alta do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano maior que a projeção oficial, de 4,5%. Grande parte dos analistas projeta que a expansão pode atingir facilmente os 5%. A economia aquecida tende a pressionar os níveis de capacidade instalada da indústria e, por consequência, refletir em alta inflacionária.
Porém, o comportamento do consumidor dará pistas sobre a desaceleração da inflação pelo gasto das famílias, e as pressões sazonais devem se refletir cada vez menos na elevação desses índices. "Estamos notando um arrefecimento no sistema de preços, uma espécie de trégua", diz Celso Grisi, presidente do Instituto de Pesquisa Fractal.
Os investidores ficarão atentos hoje ao IPC semanal medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Ele sai juntamente com o IGP-DI, indicador de preços que reflete mais os reajustes no atacado, com tendência de alta, porque já começa a refletir futuras pressões previamente anunciadas. Uma delas é o reajuste do preço do minério de ferro, que levará, por consequência, a altas nos preços do aço e seus derivados, impactando toda a indústria. A primeira prévia do IGP-M será divulgada na quarta-feira.
Dados do varejo sairão na quinta-feira e devem refletir os efeitos sazonais nas compras. De qualquer maneira, analistas econômicos afirmam que o comércio tende a crescer ao longo dos próximos meses.
A atenção dos investidores ao movimento das ações preferenciais da Petrobras na BM&FBovespa deve continuar. Os papéis da estatal subiram 1,73% na última sexta-feira e, segundo os analistas, tendem a permanecer em alta nos próximos dias, período em que o projeto de lei que permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na capitalização da companhia estiver tramitando no Senado.
A elevação da taxa de juros é o maior alvo de especulações entre os economistas. Uns apostam que a subida da taxa Selic, hoje em 8,75%, deve começar agora em março, na próxima reunião do Copom. Outros já defendem que, com a produção industrial ainda com espaço para crescer, o Banco Central pode postergar para o final do segundo trimestre o ciclo de alta do índice.
Os resultados do PIB do quarto trimestre saem na próxima quinta-feira e a expectativa de especialistas é que aponte um crescimento de 2,2% em relação ao trimestre anterior.

Internacional
A Grécia continua preocupando o mercado. Embora seu impacto no curto prazo não tenha sido suficiente para derrubar as Bolsas, persiste grande incômodo com o dilema europeu. "O recuo da União Europeia em relação ao auxílio grego põe em questão a solidez da moeda europeia", observa o economista Celso Grisi.
Dos EUA virão poucos dados na semana, com destaque para os resultados do Orçamento do Tesouro e as vendas no varejo, que devem apresentar queda. Sairão ainda informações de pedidos de seguro-desemprego. "É bem provável que o consumo se recupere nos próximos períodos, embora o norte-americano ainda esteja com medo de gastar", diz Grisi.


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