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Mercadante já sugere intervenção no câmbio
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), disse ontem, em São Paulo, que, se o
Banco Central precisar intervir no
mercado para evitar que a taxa de
câmbio caia muito, irá fazê-lo.
"Não tenho idéia qual seria essa
taxa-limite, pois sou apenas o líder do governo no Senado."
Segundo ele, o governo vai
manter o câmbio flutuante. "Essa
flutuação que está ocorrendo hoje
é muito saudável para a economia
brasileira, pois ela ocorre porque
o risco-país está caindo, o crédito
está voltando e os investimentos
estão ocorrendo", disse Mercadante durante seminário promovido pela Câmara Americana de
Comércio de São Paulo.
Para ele, a flutuação da taxa de
câmbio está dentro da previsibilidade do governo. A queda do dólar, diz, é que está ajudando a derrubar a inflação e a reduzir futuramente as taxas de juros. "A queda
do dólar está ajudando a melhorar também as contas públicas
porque o governo tem muitas dívidas indexadas ao dólar."
Mas a taxa de câmbio, na análise
de Mercadante, não pode cair demais. "O Banco Central estará
atento e saberá tomar medidas
para aliviar a tensão do mercado,
como soube fazer quando o câmbio subiu demais", afirmou .
O líder do governo no Senado
disse que as exportações brasileiras não serão prejudicadas com a
queda na taxa de câmbio. "A meta
do governo é elevar em 10% as exportações neste ano." Mesmo
com uma economia internacional
mais complicada, disse Mercadante, o Brasil está exportando
mais, substituindo importações e
diminuindo a dependência de capital externo.
Para o ministro de Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, o
que preocupa mais é a volatilidade da taxa de câmbio, e não o patamar do dólar. "Qualquer importador ou exportador sabe que
a volatilidade da moeda é que prejudica mais. A previsibilidade é
mais importante do que a taxa
elevada. A volatilidade e a falta de
previsão são os inimigos das empresas no longo prazo", disse Furlan que participou do evento.
Para Furlan, o dólar ao redor de
R$ 3 continua favorecendo as exportações das empresas. "Agora,
abaixo disso, acende uma luz colorida, um sinal de atenção. O exportador não gosta de grandes oscilações, principalmente nos percentuais que vem ocorrendo.
Meu desejo é que o dólar seja estimulante para as exportações."
É natural, disse Furlan, que o
risco-país caia e que o dólar se estabilize numa faixa intermediária.
Mas, afirmou, para o bom planejamento das empresas, é importante existir uma taxa de câmbio
que não crie turbulências.
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