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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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Mercadante já sugere intervenção no câmbio

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse ontem, em São Paulo, que, se o Banco Central precisar intervir no mercado para evitar que a taxa de câmbio caia muito, irá fazê-lo. "Não tenho idéia qual seria essa taxa-limite, pois sou apenas o líder do governo no Senado."
Segundo ele, o governo vai manter o câmbio flutuante. "Essa flutuação que está ocorrendo hoje é muito saudável para a economia brasileira, pois ela ocorre porque o risco-país está caindo, o crédito está voltando e os investimentos estão ocorrendo", disse Mercadante durante seminário promovido pela Câmara Americana de Comércio de São Paulo.
Para ele, a flutuação da taxa de câmbio está dentro da previsibilidade do governo. A queda do dólar, diz, é que está ajudando a derrubar a inflação e a reduzir futuramente as taxas de juros. "A queda do dólar está ajudando a melhorar também as contas públicas porque o governo tem muitas dívidas indexadas ao dólar."
Mas a taxa de câmbio, na análise de Mercadante, não pode cair demais. "O Banco Central estará atento e saberá tomar medidas para aliviar a tensão do mercado, como soube fazer quando o câmbio subiu demais", afirmou .
O líder do governo no Senado disse que as exportações brasileiras não serão prejudicadas com a queda na taxa de câmbio. "A meta do governo é elevar em 10% as exportações neste ano." Mesmo com uma economia internacional mais complicada, disse Mercadante, o Brasil está exportando mais, substituindo importações e diminuindo a dependência de capital externo.
Para o ministro de Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, o que preocupa mais é a volatilidade da taxa de câmbio, e não o patamar do dólar. "Qualquer importador ou exportador sabe que a volatilidade da moeda é que prejudica mais. A previsibilidade é mais importante do que a taxa elevada. A volatilidade e a falta de previsão são os inimigos das empresas no longo prazo", disse Furlan que participou do evento.
Para Furlan, o dólar ao redor de R$ 3 continua favorecendo as exportações das empresas. "Agora, abaixo disso, acende uma luz colorida, um sinal de atenção. O exportador não gosta de grandes oscilações, principalmente nos percentuais que vem ocorrendo. Meu desejo é que o dólar seja estimulante para as exportações."
É natural, disse Furlan, que o risco-país caia e que o dólar se estabilize numa faixa intermediária. Mas, afirmou, para o bom planejamento das empresas, é importante existir uma taxa de câmbio que não crie turbulências.


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