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ESTAGNAÇÃO
Negociação será transparente, diz ministro
Bancos têm margem para reduzir taxas de juros, afirma José Dirceu
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) disse ontem, durante palestra em São Paulo, que o sistema
bancário do país "tem uma gordura" que pode ser cortada na
tentativa de o governo reduzir as
taxas de juros.
"[Os bancos" têm margens para
reduzir a taxa de juros". Segundo
ele, essa seria uma "questão política" que vai depender de uma negociação entre o Congresso, o governo e os bancos. "Nós temos
que sentar na mesa."
A afirmação foi feita em fórum
organizado pela revista "Exame",
em São Paulo, do qual participaram cerca de 500 pessoas, entre
empresários e economistas. O tema foi os primeiros cem dias do
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dirceu, ao citar a "gordura" dos
bancos, respondia a uma questão
sobre a possibilidade de retomada do crescimento econômico e
industrial a partir do ano que
vem. O ministro deu sua receita
para o tema:
"Vamos fazer uma figura de retórica: um terço nós temos que fazer as reformas, um terço o país
precisa ter credibilidade, confiança, nós precisamos diminuir a exposição do país, aumentar o nosso superávit, diminuir a zero nosso déficit de conta corrente. [Outro terço] é preciso pactuar entre
o sistema bancário, o sistema produtivo e o governo determinadas
linhas de financiamento para determinados setores", disse.
Segundo o ministro -principal articulador político do presidente-, a atitude do governo será a de ter transparência nas negociação com os bancos, a exemplo do
que, de acordo com ele, foi feito nas discussões com os usineiros
de álcool e açúcar.
O ministro Dirceu defendeu que o governo tenha uma postura firme na relação com as agência reguladoras.
"O problema das agência reguladoras é que elas passaram a traçar a política, além de regular e fiscalizar, e nós não achamos isso razoável. Estão fazendo muita tempestade aí nesse copo de água."
Ele prometeu uma atitude firme
na política de tarifas. "Não vamos
permitir que os aumentos pressionem a inflação", afirmou Dirceu.
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