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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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ESTAGNAÇÃO

Negociação será transparente, diz ministro

Bancos têm margem para reduzir taxas de juros, afirma José Dirceu

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro José Dirceu (Casa Civil) disse ontem, durante palestra em São Paulo, que o sistema bancário do país "tem uma gordura" que pode ser cortada na tentativa de o governo reduzir as taxas de juros.
"[Os bancos" têm margens para reduzir a taxa de juros". Segundo ele, essa seria uma "questão política" que vai depender de uma negociação entre o Congresso, o governo e os bancos. "Nós temos que sentar na mesa."
A afirmação foi feita em fórum organizado pela revista "Exame", em São Paulo, do qual participaram cerca de 500 pessoas, entre empresários e economistas. O tema foi os primeiros cem dias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dirceu, ao citar a "gordura" dos bancos, respondia a uma questão sobre a possibilidade de retomada do crescimento econômico e industrial a partir do ano que vem. O ministro deu sua receita para o tema:
"Vamos fazer uma figura de retórica: um terço nós temos que fazer as reformas, um terço o país precisa ter credibilidade, confiança, nós precisamos diminuir a exposição do país, aumentar o nosso superávit, diminuir a zero nosso déficit de conta corrente. [Outro terço] é preciso pactuar entre o sistema bancário, o sistema produtivo e o governo determinadas linhas de financiamento para determinados setores", disse.
Segundo o ministro -principal articulador político do presidente-, a atitude do governo será a de ter transparência nas negociação com os bancos, a exemplo do que, de acordo com ele, foi feito nas discussões com os usineiros de álcool e açúcar.
O ministro Dirceu defendeu que o governo tenha uma postura firme na relação com as agência reguladoras.
"O problema das agência reguladoras é que elas passaram a traçar a política, além de regular e fiscalizar, e nós não achamos isso razoável. Estão fazendo muita tempestade aí nesse copo de água."
Ele prometeu uma atitude firme na política de tarifas. "Não vamos permitir que os aumentos pressionem a inflação", afirmou Dirceu.


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