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CRISE NO AR
Acerto operacional espera a aprovação do governo e deve levar clientes da primeira para os aviões da segunda
Varig aposta em acordo com a Ocean Air
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Varig e Ocean Air aguardam
aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para implementar o acordo operacional
que daria um fôlego de 90 dias à
primeira. O acordo, que ainda está sendo negociado, prevê que as
despesas operacionais dos vôos
compartilhados, como leasing,
combustível ou manutenção, sejam assumidas pela Ocean Air.
Como a Varig está com aviões
parados por falta de manutenção,
seriam seus passageiros que voariam nas aeronaves da companhia do empresário Germán Efromovich. "É um fretamento. Hoje
[ontem] chegou ao nosso conhecimento essa proposta, que prevê
um contrato por 90 dias para fretamento dos Fokker 100 da Ocean
Air para que estes realizem algumas linhas que a Varig está deixando de voar", afirmou ontem
Leur Lomanto, diretor da Anac.
Segundo ele, na segunda-feira o
setor operacional da Anac e a Infraero serão ouvidos sobre a proposta. "Vamos analisar, pois o
equipamento [as aeronaves] para
a operação dos vôos vai mudar.
Vamos ver como fica a questão do
espaço físico, principalmente em
Congonhas", afirmou.
Na prática, se o acordo for fechado, a Ocean Air entraria com
as aeronaves e a Varig, com os
passageiros. No mês passado, segundo dados divulgados ontem
pelo DAC (Departamento de
Aviação Civil), que gradualmente
está sendo substituído pela Anac,
a companhia aérea de Efromovich decolou com apenas 38% dos
assentos ocupados. A empresa aérea possui hoje uma participação
de mercado de só 0,6%.
Se assumir as despesas da operação da Varig por meio de um
compartilhamento de vôos, espera conseguir manter no futuro as
rotas e freqüências. Seria um atalho para conseguir crescer e obter
mais espaço nos aeroportos, algo
que vem tentando há algum tempo e difícil de obter. É por isso que
essa parte do acordo tem que ser
aprovada pela Infraero.
Segundo fontes ligadas às negociações entre as duas companhias
aéreas, os aviões da Varig que hoje estão parados por falta de manutenção, cerca de 15, também
poderiam ser usados no compartilhamento de vôos. O mau humor dos arrendadores de aeronaves com a Varig, entretanto, vem
aumentando, já que parte deles
ainda não recebeu as parcelas devidas pela empresa de março.
Se a Varig parasse de voar, TAM
e Gol têm condições de absorver
sua demanda no mercado doméstico e passariam a voar, de acordo
com cálculos de analistas especializados no setor, com 84% de seus
assentos ocupados (atualmente a
média é de 69%).
Planos de expansão
O crescimento da Ocean Air faz
parte dos planos do grupo Sinergy, presidido por Efromovich
(boliviano naturalizado brasileiro) , para a América Latina. Além
da brasileira, o grupo é dono das
companhias aéreas Avianca, na
Colômbia, Wayra Air, no Peru, e
Vipsa, no Equador.
O executivo também é dono da
Marítima, que construiu plataformas para a Petrobras e que está
em disputa judicial bilionária
com a empresa. Trocando acusações mútuas, a Petrobras e a Marítima brigam na Justiça brasileira e
internacional, num contencioso
que chega a US$ 2,5 bilhões. A disputa decorre do atraso na entrega
de quatro plataformas de produção de óleo.
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