São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006

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EXPANSÃO MUNDIAL

Relatório preliminar projeta expansão de 9,5% em 2006 e 9% em 2007, com queda da demanda

FMI prevê desaceleração da China em 2007

DA BLOOMBERG

O crescimento econômico da China se desacelerará em 2007, e a aceleração da expansão da Europa e do Japão sustentará a economia mundial, segundo uma versão preliminar do relatório "Perspectiva Econômica Mundial" do FMI (Fundo Monetário Internacional), obtida pela Bloomberg.
O crescimento da China deve se desacelerar para 9,5% em 2006 e, em seguida, recuar para 9% em 2007, o nível mais baixo desde 2001, segundo trechos do relatório preliminar.
Analistas atribuem a desaceleração a uma provável queda da demanda estrangeira por produtos chineses e interpretaram o relatório do FMI como um indicativo de que a redistribuição do crescimento da economia mundial está próxima.
"A China precisa migrar para o consumo interno", disse Peter Morici, economista da Universidade de Maryland. "Eles não podem continuar promovendo o crescimento de suas exportações ao ritmo que elas têm crescido até agora. O espaço nos Wal-Marts da vida é limitado."
A economia da China, estimulada por seu superaquecido setor exportador, foi uma das que tiveram o crescimento mais acelerado na última década, com taxas de expansão que variaram de aproximadamente 8% a 10%.
A China precisará adotar mais mudanças em suas políticas para manter esse ritmo, incluindo um esforço para encontrar consumidores em outros mercados que não o dos Estados Unidos, disse Morici. Outros analistas concordaram com ele.
A queda no crescimento chinês para 9% em 2007 sugere que o FMI prevê que a "China finalmente começará a mudar a orientação de sua economia, concentrando-se no crescimento interno, em vez de no crescimento puxado pelas exportações", disse Phillip Swagel, ex-economista do FMI e pesquisador no Instituto Empresarial Norte-americano de Washington. "Isso está implícito na desaceleração da economia", disse ele.

Economia dos EUA
O crescimento dos EUA também perderá impulso, mantendo-se no nível de 3,3% computado no ano passado, segundo o relatório preliminar. O relatório mostra que o FMI reduziu em 0,1 ponto percentual sua estimativa para a expansão dos Estados Unidos em 2007, para 3,6%.
Os EUA, que têm sido o motor do crescimento mundial, precisam enfrentar a alta dos preços do petróleo e a desvalorização do câmbio, caso contrário devem observar o crescimento previsto para sua economia continuar a recuar, disse Morici.
Andrew Pyle, diretor do setor de mercados de capital da Scotia Capital de Toronto, no Canadá, afirmou que a esperança de alcançar a estabilidade para a economia mundial pode estar nas mãos da Europa.
O relatório preliminar revela que os responsáveis pelas estimativas do FMI "estão contando com o G7 [grupo dos sete países mais industrializados] para sustentar o crescimento", afirmou Pyle. "Eles estão contando com o fato de que os europeus se sairão melhor."

Tarifas
A União Européia começou ontem a impor tarifas sobre calçados importados da China e do Vietnã, que seriam subsidiados ilegalmente pelas economias asiáticas.
As taxas começam em 4,8% para sapatos chineses e 4,2% para os vietnamitas, mas subirão até atingir 19,4% para a China e 16,8% para o Vietnã em setembro.


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