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Operação prende 22 acusados de sonegação com carros
Entre os presos pela Polícia Federal em ação realizada em
três Estados, estão filho e sobrinho do governador de RO
PF acusa grupo de montar
quadrilha que subfaturou
importação de veículos de
luxo e sonegou, apenas em
2007, cerca de R$ 7 milhões
CÍNTIA ACAYABA
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal prendeu
ontem 22 pessoas em três Estados sob a acusação de integrarem uma quadrilha que, por
meio do subfaturamento na
importação de veículos de luxo,
sonegou em torno de R$ 7 milhões apenas no último ano.
Entre os presos estão Ivo
Cassol Jr. e Alessandro Cassol,
filho e sobrinho do governador
de Rondônia, Ivo Cassol (sem
partido). A PF afirma que eles
receberam vantagens para negociar, com o governo, benefícios fiscais irregulares.
A mesma suspeita recai sobre o ex-senador Mário Calixto,
dono do maior jornal rondoniense, "O Estadão do Norte".
Ele também foi detido.
O Ministério Público Federal
no Espírito Santo, que realizou
as investigações, encaminhou
documentos à Procuradoria
Geral da República, em Brasília, para que seja analisado um
suposto envolvimento do próprio governador com o grupo.
No Espírito Santo, o empresário Adriano Scopel foi preso
sob a suspeita de liderar o esquema. Ele é um dos donos da
Tag Importação e Exportação.
O pai dele, Pedro Scopel, outro detido ontem, administra o
terminal portuário de Peiú, em
Vila Velha, desde 1998.
Era por lá que os veículos
chegavam. Apenas em 2007, foram 190 -modelos como Lamborghines, Ferraris e Porsches.
A sede da empresa, no entanto,
está em Porto Velho (RO).
"A Tag só tem uma salinha na
capital de Rondônia", disse o
delegado Honazi de Paula Farias, que comandou a operação.
A empresa se instalou em
Rondônia em 2005 e conseguiu
benefício de 85% de crédito
presumido de ICMS em 2006.
Quando o incentivo foi suspenso, o grupo ofereceu R$ 190
mil a Calixto para que ele influenciasse o governo a voltar a
concedê-lo, disse o MPF.
Sem êxito, o grupo procurou
a família de Cassol. Segundo a
procuradoria, Cassol Jr. e Alessandro "pediram e ganharam
de Adriano Scopel passagens
aéreas para São Paulo e ingressos para um camarote de luxo,
em valor estimado de R$ 29
mil, para a corrida de Fórmula
1", em outubro de 2007. O contrato acabou reativado.
O esquema de fraudes fiscais
consistia em declarar valores
inferiores ao do produto, com a
conivência de servidores públicos -um subfaturamento estimado de 30% a 40%. Três auditores foram presos, sob a acusação de facilitar a passagem das
mercadorias pela aduana.
Em São Paulo, ao menos dois
proprietários de lojas de carros
de luxo foram presos. Nos EUA,
a PF e a procuradoria identificaram o suposto envolvimento
de duas empresas que passavam informações falsas sobre
os valores dos veículos. Um dos
investigados pode ser preso pelo FBI e deportado ao Brasil.
Entre os crimes supostamente cometidos, estão corrupção de servidores públicos,
descaminho, lavagem de bens e
capitais, tráfico de influência e
corrupção ativa e passiva.
As investigações começaram
em janeiro de 2007 para apurar
registros irregulares de embarcações. Identificou-se, diz a PF,
que Scopel colocava embarcações em nomes de laranjas.
Entre os barcos de Scopel,
havia uma lancha comprada do
empresário Daniel Marostica,
braço direito do traficante colombiano Juan Carlos Abadía.
Colaborou ANDREA MICHAEL , da Sucursal
de Brasília
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